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Brasil perde cadeira no Conselho da Fifa após saída de Ednaldo

ex-presidente da CBF perde cadeira no Conselho da Fifa após crise interna

Claudio Tapia assume provisoriamente vaga da Fifa antes ocupada por Ednaldo | Reprodução/Site Oficial

O Brasil perdeu espaço no jogo de bastidores do futebol mundial. A Conmebol retirou do país uma das cadeiras no Conselho da Fifa. A vaga, antes ocupada por Ednaldo Rodrigues, destituído da presidência da CBF por decisão judicial, agora está provisoriamente com um argentino. Claudio “Chiqui” Tapia, presidente da AFA, assume o posto.

O Conselho da Fifa reúne 37 membros, entre eles os presidentes das confederações continentais. A América do Sul tem direito a uma vice-presidência — ocupada por Alejandro Domínguez — e quatro vagas distribuídas regionalmente. Ednaldo estava em uma delas desde 2022.

A troca não foi por eleição. Foi por conveniência. Tapia entra como nome tampão, até que a Conmebol defina um titular. Se houver mais de um interessado, haverá votação. Se não, o consenso — sempre informal, raramente transparente — prevalecerá.

O campo minado da CBF

A crise na CBF ajudou a Conmebol a agir rápido. Com Ednaldo fora, a entidade brasileira virou terreno de manobra. Quem ocupa o cargo hoje é Fernando Sarney, vice-presidente e interventor nomeado pela Justiça. Ele convocou eleições para o próximo domingo.

O pleito tem cara de jogo de cartas marcadas. Só há um candidato: Samir Xaud, atual presidente da Federação Roraimense. Ele já garantiu apoio de 25 federações estaduais e dez clubes da elite. Ninguém mais conseguiu alcançar o mínimo necessário para registrar candidatura.

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Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista, tentou. Teve a simpatia de 30 clubes, mas não bastou. Sem as oito federações obrigatórias ao lado, ficou fora do páreo.

Xaud será confirmado presidente da CBF. Com maioria absoluta e sem adversários, comandará o futebol brasileiro pelos próximos quatro anos. Um presidente eleito sem disputa.

Um Brasil fora da mesa

A decisão da Conmebol deixa o Brasil fora da sala onde se decidem os rumos do futebol global. Perder essa cadeira significa mais do que ausência simbólica. Representa o enfraquecimento institucional da CBF no cenário internacional, num momento em que a federação enfrenta turbulência interna e desconfiança externa.

Enquanto isso, a Argentina ganha espaço. E não apenas em campo. Tapia senta na mesa da Fifa. Mesmo que de forma provisória, representa a América do Sul ao lado de nomes do Equador, Uruguai e Colômbia.

O futebol brasileiro, gigante dentro das quatro linhas, tropeça fora delas.

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