Paris de ouro, prata e bronze
Poderia escrever não uma, mas várias colunas sobre a sensacional classificação da seleção masculina de basquete para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Desacreditada, a equipe brasileira desmontou – e não haveria verbo mais bem empregado neste caso – o time da casa e derrotou a Letônia, em Riga, garantindo seu lugar na Cidade Luz.
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Ficamos de fora em Tóquio e, no Rio, jogamos por sermos sede. Em Londres, 2012, depois de uma primeira etapa muito boa, acabamos caindo diante da
Argentina (que já havia nos superado na Copa América). Agora, voltamos.
A equipe brasileira não teve uma campanha regular. Soube, porém, jogar com alma – e isso foi fundamental, além de contar com muita força na defesa e arremessos da linha de três pontos que fizeram total diferença principalmente na partida decisiva.
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Estava em jogo apenas uma vaga, com seis participantes. A Letônia jogava em casa, com uma torcida reconhecidamente participativa.
Nos grupos, o Brasil estreou vencendo Montenegro (depois de passar boa parte do jogo em desvantagem) e perdeu para Camarões, mas classificou-se no saldo de pontos como primeiro colocado.
Passou bem pelas Filipinas, que tinham vencido os letões. A decisão, porém, foi contra os donos da casa.
Só que o Brasil, como já se disse, desmontou o time e a torcida com uma atuação de gala no primeiro quarto, que terminou 34 a 11, incluindo uma cesta de antes do meio da quadra de Caboclo no segundo final.
Estava aberto o caminho para Paris. O time da Letônia entrou em modo tensão e a torcida calou-se. A arbitragem até tentou atrapalhar, mas o Brasil manteve a calma e levou a vaga.
Que mico…
Se o triunfo do basquete masculino merece mais de uma coluna, o que a Panini (ao que parece em parceria com o Comitê Olímpico do Brasil) fez, também merece – só que para criticar.
Está nas bancas o álbum “Time Brasil”, sobre a participação do “Brasa” (nome que o COB vem adotando e que está em várias páginas) nos Jogos de Paris 2024.
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Além de imagens sofríveis e mal escolhidas (para representar os Jogos da Juventude, uma bandeira do estado que sediou, por exemplo), os textos que identificam algumas das figurinhas (ou cromos, como gostam de dizer atualmente) parecem ter sido escritos por crianças do ensino fundamental – e que não gostam de esportes.
Sem dúvida alguma a participação brasileira em uma Olimpíada merecia algo mais bem trabalhado e que ficasse, realmente, como um documento, um registro histórico. Ainda mais se levarmos em conta que serão os primeiros Jogos com igualdade de competidores entre os gêneros (aqui um registro elogioso: imagens de Maria Lenk, infelizmente citada como patrona na publicação, e não patronesse).
Em alta
Aconteceu, no fim de semana, uma etapa da Diamond League em Paris.
Obviamente não foram utilizadas instalações olímpicas, mas deu para perceber que os atletas estão chegando a Paris tinindo.
Dois recordes mundiais foram batidos: a ucraniana Yaroslava Mahuchikh destruiu uma marca que durava 37 anos no salto em altura (2,10m); e a queniana Faith Kipyegon superou seu próprio limite nos 5000m (3min49s04).
Para o Brasil, a boa notícia foi que Alison dos Santos, o Piu, continua invicto nos 400m com barreiras na temporada.