Na última quarta-feira (28), a polícia de São Paulo efetuou a prisão de três homens acusados de uma série de crimes envolvendo a falsificação de decisões do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Os golpes realizados pelo grupo atingiram diversas pessoas, instituições bancárias e até mesmo o próprio tribunal.
Marcos Oliveira Lemos, Vitor Gustavo Ribeiro de Oliveira e Luiz Henrique dos Santos Moreira foram detidos em Jacareí, região Metropolitana de São Paulo, e encaminhados à sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Entre os delitos feitos pelo grupo, destaca-se o desvio de R$ 14 milhões da conta de um cliente já falecido.
Conforme relatos das autoridades policiais. Um dos suspeitos, identificado como Marcos, chegou a se passar por filho de um juiz federal do Paraná durante seu depoimento. No entanto, ao serem contatadas as autoridades judiciais, tal alegação foi negada.
Uma das artimanhas empregadas pelo grupo consistiu na criação de uma senha digital no sistema do TJ-RJ, permitindo que se passassem por magistrados. Em uma das sentenças falsificadas, os criminosos solicitaram uma transferência bancária de R$ 1,3 milhão, com a ameaça de aplicação de multas diárias caso o banco não cumprisse a determinação.
O delegado Fábio Pinheiro Lopes, responsável pelas investigações, revelou que parte dos valores desviados foi bloqueada pelo banco, impedindo uma perda maior. No entanto, cerca de R$ 3 milhões já haviam sido gastos pelos suspeitos antes da intervenção.
Os três indivíduos foram autuados em flagrante pelos crimes de uso de documento falso, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Na audiência de custódia, a Justiça determinou a conversão da prisão em flagrante para preventiva, sem prazo determinado.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro emitiu uma nota confirmando uma tentativa de fraude em seu sistema, que, no entanto, não chegou a se concretizar. O Itaú também se manifestou, confirmando ter recebido decisões judiciais falsas para transferências de valores de pessoas falecidas.