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Niterói: PM fala ao FOLHA DO LESTE sobre ação em Santa Bárbara

Bandidos da Maré em Santa Bárbara: Patrulhamento segue reforçado

Caveirão em Santa Bárbara, no último dia 21 – Foto: Reprodução/Redes sociais

A Polícia Militar anunciou, nesta terça-feira (31), que segue com o patrulhamento reforçado em Santa Bárbara, Zona Norte da cidade. Desde o último dia 21, moradores estão receosos com informações de que traficantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) teriam migrado do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, para o bairro.

De acordo com a corporação, a região está com policiamento reforçado para reprimir a ação de criminosos que atuam no tráfico de drogas. Contudo, apesar da manutenção do reforço e dos robustos relatos, o comando do 12º BPM (Niterói) nega que haja uma invasão em curso na localidade.

“De acordo com o comando do 12° BPM (Niterói), a informação não procede”, afirma parte da nota encaminhada pela PM ao FOLHA DO LESTE, na manhã desta terça-feira.

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Segundo informações obtidas pela reportagem e que também chegaram à Polícia Militar, criminosos fizeram circular, por meios diversos, informações de que “vermelhou a Santa”, em alusão à chegada do Comando Vermelho ao bairro. O objetivo fica claro: não só alertar – e alarmar – a população, bem como desafiar o poder público.

Desse modo, desde aquele sábado, a PM ocupa Santa Bárbara, com um efetivo considerável de policiais militares. Inclusive, a PM faz uso de um blindado, além de viaturas.

A reportagem perguntou à PM se houve prisões desde o início da ocupação de Santa Bárbara e, caso sim, se seriam bandidos provenientes da Maré. Contudo, a corporação não respondeu a esse questionamento.

Operações em sequência na Maré

Desde o último dia 9, o trabalho integrado das forças estaduais de segurança na Operação Maré, teve como resultado a prisão de 28 criminosos, apreensão de mais de meia tonelada de maconha e drogas sintéticas, assim como de 100 quilos de pasta base de cocaína. Em seis dias de operações, 14 fuzis estão entre as armas apreendidas, além de 104 veículos recuperados. No período, mais de 70 toneladas de barricadas foram retiradas das ruas.

Os moradores da Maré também ganharam de volta o acesso à piscina do Complexo Esportivo da comunidade, que estava nas mãos do crime organizado. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), intensificou a vistoria em todo o sistema prisional fluminense.

O governador Cláudio Castro alinhou a transferência de líderes de facções criminosas para presídios federais junto ao procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos. Além disso, trabalha em congruência com a Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal.

Migração

Todavia, quando há uma série da ações contra o crime numa área específica, cresce a tendência de migração de bandidos para outras áreas. Esta não se trataria da primeira vez que Niterói e demais cidades do entorno da capital teriam de lidar com os efeitos colaterais da ocupação de comunidades no Rio.

No governo de Sérgio Cabral, nos anos de 2010, o Estado implantou o Programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Muito elogiado e badalado pela mídia quando começou, pois, de fato, solucionou, em curto prazo, alguns problemas na capital, no longo prazo, o projeto se mostrou ineficaz. Todavia, abriu novos mercados para o crime organizado, em especial as milícias, que passaram a ocupar locais antes dominados por traficantes.

O reflexo disso, nos tempos atuais, se trata da guerra milícia contra traficantes. Em abril de 2012, o então secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, admitiu, depois de muito relutar, que houve migração de criminosos do Rio para Niterói.

“Não existe uma informação técnica de que haja efetivamente migração. Claro que ela há, mas não é um dado mensurável, se é um, se são cem ou se são mil. Tivemos 472 prisões em Niterói e 32 do Rio. A migração pode até haver, mas é relativa. O que temos que fazer é atuar aqui, em Niterói e na Serra. Entendo que as coisas possam não estar muito bem, mas estão muito melhor do que estavam”, afirmou na época, dizendo ainda que “enquanto as UPPs não chegam são tomadas atitudes temporárias. “Está planejado. O que não podemos fazer é um movimento pirotécnico. Existe um plano e ele será cumprido”, acrescentou.

 

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