Lu Fernandez e Ana Botafogo | Créditos: Gabriel Margato/Divulgação
Mulheres com mais de 60 anos, jovens e também crianças, tem se reunido em um movimento do bem, que une a paixão pela dança, com o desejo de ajudar ao próximo. É o Aulão do Bem, uma iniciativa de Lu Fernandez, responsável pela página de Instagram @balletaos60.
Todos os meses, diversos alunos se reúnem, em um animado aulão de ballet solidário, que circula por escolas de dança carioca, conquistando novos participantes. No mês de setembro será a vez de Niterói receber a iniciativa, neste sábado, 02/09, às 14h, na escola Ballet Cláudia Araújo. A entrada são duas latas de leite em pó, que serão doadas ao Instituto Bees Of Love e ao CACCST. Há limitação de vagas. Informações pelo whatsapp (21)976752459
Combatendo o etarismo
Com aulas ministradas pelas professoras Cláudia Freitas e Mirian Lobo, esta edição contará com piano ao vivo, ao som de Murilo Emerenciano, pianista do Coro do Theatro Municipal do Rio. A cada mês, novos laços se criam, amizades se constroem, em meio a muita troca uns com os outros, e muita dança.
A iniciativa teve o intuito de combater o etarismo, incentivando mulheres maduras a iniciar a prática do ballet na fase adulta, mas, pessoas de diferentes idades compraram a causa, e hoje, dividem a barra da sala de aula, criando um intercâmbio entre bailarinos de diferentes idades, para aplacar a discriminação etária, assim como para vencer obstáculos da vida.
Créditos: Mariana Salles/Divulgação
Ballet aos 60
Lu Fernandez começou a dançar ballet, ao completar 60 anos, e logo lançou sua página de Instagram @balletaos60, que tem apenas 1 ano de existência, mas já movimenta muita gente. Ela conta que tem sido motivada a persistir, melhorando sempre sua técnica, e a cada dia conquista novos seguidores, que veem em seu perfil um incentivo a não desistir de seus sonhos, seja qual for a idade.
Na última edição recebeu a presença de uma bailarina de Barra do Piraí, que veio especialmente para prestigiar e se unir ao grupo. O movimento tem ganhado apoiadores brasileiros que moram no exterior. E se propõe a levar a mensagem de que se pode vencer obstáculos no ballet bem como na vida.
Bem-estar
Lu, ainda comenta que, durante as aulas, os participantes fazem relatos de como se sentem bem, em meio aos novos amigos da dança. Há pessoas que relatam estar atravessando momentos de doença como o câncer, entre outros males. E ela se sente muito feliz em ser uma agente transformadora, junto aos jovens, assim como as participantes com mais de 70, que emanam força, alegria e vigor.
“Precisamos quebrar os estereótipos de grupos etários, e incentivar que toda e qualquer pessoa possa dar seguimento a qualquer atividade, seja qual for a sua idade. Existem tantas coisas que nos paralisam. Mas, a idade não pode nos limitar. Desejo reunir nesta aula pessoas maduras, além de todas as apaixonadas pela dança”, conta.
Lu ainda comenta sobre a importância de a sociedade precisar quebrar paradigmas que possam ajudar o público 60+ a sair da invisibilidade. Desse modo, estimula a colocação no mercado de trabalho, em grupos sociais, e na prática de atividades de saúde e bem-estar.
Muita gente se aposenta e fica sem norte sobre o que fazer, ou quem ser após o encerramento das atividades corriqueiras da profissão. Mas justamente neste momento que é oportuno tirar os sonhos não realizados da gaveta, e colocá-los em prática, realizar. Que possamos viver da melhor forma, toda nossa vida, sem pensar na idade”, reflete.
Lu Fernandez é uma bailarina iniciante, aos 60, que busca combater o etarismo com arte, amor e amizade. Para isso, auxilia e incentiva outras mulheres a romper as barreiras da idade.
