A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) enfrentou mais uma paralisação nesta quarta-feira (21), após estudantes bloquearem todos os acessos ao Pavilhão João Lyra Filho, no campus Maracanã, Zona Norte do Rio. O ato, que utilizou mobiliários para impedir a passagem, foi uma resposta às mudanças na política de bolsas e auxílios da assistência estudantil, que têm gerado grande insatisfação entre os alunos.
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A manifestação começou na noite de terça-feira (20), logo após a suspensão, pela segunda vez, da sessão do Conselho Universitário. O protesto incluiu a invasão do plenário pelos manifestantes, que tentaram impedir a saída dos conselheiros.
Esses eventos seguem uma série de protestos que já vinham acontecendo na Uerj. No dia 13 de agosto, um grupo de alunos também realizou um bloqueio no mesmo prédio, e a reitoria da universidade está ocupada há três semanas.
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Em comunicado, a Uerj classificou o bloqueio como um “gesto inaceitável”, que resultou em ferimentos em um conselheiro e um membro da equipe da Reitoria, ambos registraram boletins de ocorrência. A suspensão das aulas foi justificada pela insegurança no campus, e a instituição afirmou que está buscando negociar com os manifestantes para resolver a situação.
A principal causa dos protestos é a implementação do Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024, que revisa a renda mínima para concessão da Bolsa Auxílio Vulnerabilidade Social (Bavs).
Antes, o benefício era destinado a estudantes com renda familiar de até um salário mínimo e meio; agora, é limitado a meio salário mínimo. Essa mudança, que reduz significativamente o número de bolsas, gerou uma forte reação, culminando na ocupação da reitoria e em outras manifestações nos campi da Uerj.
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Esse não é o primeiro incidente que causa a suspensão das atividades na Uerj. Em 15 de agosto, a universidade também teve que interromper as aulas devido a protestos semelhantes. Na ocasião, as entradas foram bloqueadas com cadeiras, mesas e bancos, e uma sindicância foi aberta para investigar o ocorrido.
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Os estudantes argumentam que cerca de 5 mil alunos serão afetados pelas novas regras de concessão de bolsas e denunciam atrasos nos pagamentos dos benefícios. Eles também acusam a atual reitoria de não cumprir promessas feitas durante a campanha eleitoral.
Na última semana, a reitoria reiterou que está aberta ao diálogo, mas defendeu que as medidas adotadas são necessárias para manter os pagamentos aos alunos mais vulneráveis, dentro das limitações financeiras atuais.