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Apenas 22% dos brasileiros têm boa internet

Apenas 22% dos brasileiros têm boa internet

Foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil

Apesar da alta taxa de acesso à internet no Brasil, a qualidade da conexão ainda é um problema para grande parte da população. Um estudo inédito do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) revela dados interessantes. Assim, apenas 22% dos brasileiros com mais de 10 anos de idade têm condições satisfatórias de conectividade, o que significa que podem utilizar diversos serviços online de forma eficaz.

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O estudo, intitulado “Conectividade Significativa: propostas para medição e o retrato da população no Brasil”, mediu a qualidade e efetividade do acesso à internet a partir de indicadores como custo da conexão, uso diversificado de dispositivos, tipo e velocidade da conexão e frequência de uso.

Desigualdades gritantes

Os dados do estudo expõem desigualdades gritantes no acesso à internet no Brasil. A qualidade da conexão varia significativamente de acordo com raça, classe social, região e faixa etária.

  • Raça e classe social: Entre os brancos, 32% estão na faixa mais alta de conectividade significativa, enquanto entre pretos e pardos esse número cai para 18%. Nas classes A e B, a maioria da população tem acesso a conexões de qualidade, enquanto nas classes D e E, a maioria se encontra na pior faixa da escala.
  • Região: As regiões Norte e Nordeste apresentam as piores condições de conectividade, com apenas 11% e 10% da população, respectivamente, na faixa mais alta. Nas regiões Sul e Sudeste, os índices são melhores, com 27% e 31%, respectivamente.
  • Faixa etária: Idosos são os mais vulneráveis à exclusão digital, com 61% deles na faixa mais baixa de conectividade. Entre os jovens, apenas 16% e 24% dos usuários com idades entre 10 e 15 anos e 16 e 24 anos, respectivamente, estão na faixa mais alta, contrariando a ideia de que os mais jovens são os mais conectados.

Apesar das desigualdades, o estudo também aponta para uma redução na disparidade entre os grupos que ocupam os extremos da escala de conectividade significativa.

Em 2017, 48% da população tinham score entre 0 e 2 e apenas 10% estavam na faixa de 7 a 9 pontos – uma diferença de 38 pontos percentuais. Em 2023, essa diferença recuou para 11 pontos percentuais.

O que precisa ser feito?

O estudo destaca a necessidade de políticas públicas direcionadas para reduzir as desigualdades no acesso à internet no Brasil. As políticas devem ser focadas em garantir que todos os cidadãos tenham acesso a conexões de qualidade. Assim, em múltiplos lugares, com acesso a dispositivos adequados e a um custo compatível com a renda da população.

“As políticas devem levar em conta as particularidades sociais, econômicas e territoriais do país, para que atendam de maneira efetiva às diferentes realidades que compõem o Brasil”, avalia Graziela Castello, coordenadora do estudo.

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A ideia de “conectividade significativa” é um conceito em construção que busca ir além da simples presença de acesso à internet. Ela leva em consideração a qualidade da conexão, a diversidade de dispositivos utilizados, a frequência de uso e os ambientes de uso.

“A conexão à internet deve permitir que as pessoas explorem todo o potencial que ela oferece, desde a busca por informação e entretenimento até a participação em atividades educacionais, profissionais e sociais”, explica Graziela.

O estudo do NIC.br é um importante passo para entender as desigualdades no acesso à internet no Brasil. Assim, para subsidiar a formulação de políticas públicas mais eficazes para garantir a inclusão digital de todos os cidadãos.

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