
Ancelotti diz que Real Madrid é prioridade e CBF se cala. A foto mostra Fernando Diniz anunciado como novo técnico interino da seleção brasileira, e Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. Créditos: Rodrigo Ferreira/CBF
Em uma matéria exclusiva do famoso tabloide espanhol ‘Marca’, revelou-se que o técnico Carlo Ancelotti teria entrado em contato com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, solicitando que o brasileiro “moderasse suas declarações” a seu respeito. Ancelotti enfatizou seu compromisso inabalável com o Real Madrid, deixando claro que seu futuro está inteiramente ligado ao clube espanhol.
Ao apurar o caso, descobriu-se que os dirigentes da CBF consideram as declarações de Ancelotti absolutamente normais. Isso porque a temporada de clubes na Espanha ainda não começou. E o técnico ainda tem contrato vigente com o Real Madrid até 2024. Dessa forma, os dirigentes mantêm seus planos de contar com o treinador para comandar a seleção brasileira.
Silêncio
Mesmo diante das polêmicas envolvendo a seleção, a CBF permanece em silêncio, recusando-se a comentar a suposta intervenção de Ancelotti em assuntos internos do time brasileiro. Isso levanta questionamentos sobre a autonomia da CBF em lidar com pressões externas e sobre suas estratégias para escolher o comando técnico da seleção.
A reportagem do ‘Marca’ surgiu em um momento crucial para o futebol brasileiro, que busca se reerguer após decepcionante participação na Copa do Mundo. Para muitos, a chegada de Ancelotti como técnico da seleção trata-se da oportunidade de resgatar o orgulho e a confiança no futebol. No entanto, a reportagem espanhola traz à tona dúvidas sobre a real prioridade do técnico e sobre a influência do poderio do Real Madrid em suas decisões.
Enquanto os jogadores brasileiros se preparam para a próxima rodada das Eliminatórias, em setembro, a CBF consegue despertar mais uma vez a desconfiança do público ao se recusar a esclarecer questões pertinentes e não tomar uma posição firme diante das especulações sobre a interferência de Ancelotti.
Será que essa passividade é um reflexo dos antigos problemas de gestão que têm assolado a entidade? Ou será que há algo mais obscuro por trás das cortinas? A falta de transparência da CBF só intensifica as incertezas e frustrações da torcida brasileira, que anseia por um futuro vitorioso para o seu futebol.