EconomiaEstado do Rio de Janeiro

Alerj começa a discutir LDO nesta terça-feira (9)

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) começa a discutir previamente, nesta terça-feira (09/05), o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 749/23, de autoria do Poder Executivo. O texto estima um déficit para 2024 na casa dos R$ 3,6 bilhões. Este é o primeiro dia de discussão prévia do projeto em plenário, que também passará pelo segundo dia de discussão na quarta-feira (09/05).

 

O projeto já foi tema de audiência pública da Comissão de Orçamento da Alerj da última terça-feira (02/05). Na ocasião, os parlamentares do grupo emitiram parecer pela admissibilidade da proposta. Os secretários de Fazenda (Sefaz), Leonardo Lobo, e de Planejamento (Seplag), Nelson Rocha, detalharam o projeto e afirmaram que as contas de 2023 terminarão o ano equilibradas e que o Executivo tentará enviar uma Lei Orçamentária Anual (LOA) sem déficit para o ano que vem. No entanto, os deputados da comissão se mostraram preocupados com o futuro das finanças do estado.

 

“Com relação a 2023, não tenho muitas preocupações. O que acontece atualmente, está conforme o previsto pelo Executivo e podemos nos adaptar com o contingenciamento. Este não é um ano para os servidores se assustarem e os fornecedores se preocuparem. Nós sabíamos da redução de receita e, com isso, reduzimos também as despesas”, declarou o secretário Leonardo Lobo.

 

O presidente da Comissão de Orçamento, deputado André Corrêa (PP), elogiou a transparência do governo, mas se mostrou preocupado com a possibilidade de o governo ter de contingenciar só este ano R$ 8,4 bilhões. Vale lembrar, que o Estado já tem acumulado um contingenciamento de cerca de R$ 15 bilhões, segundo o secretário de Planejamento, Nelson Rocha.

 

“Quando os problemas são esclarecidos temos mais meios de pensar saídas para os desafios. Este valor de contingenciamento é muito alto. A gente precisa calibrar as expectativas do que podemos esperar. Por este motivo, elogio o governo por ter enviado um projeto orçamentário tão completo, mesmo com déficit para os próximos três anos. Estamos em um período de alerta e precisamos nos preparar”, declarou Correa.

 

O Projeto de Diretrizes Orçamentárias estima déficits de R$ 3,6 bilhões para 2024, R$ 6,2 bilhões em 2025 e R$ 8,5 bilhões para 2026. O projeto estipula uma receita líquida para o próximo ano de R$ 96,4 bilhões e uma despesa na casa dos R$ 100 bilhões.

 

Queda na arrecadação de ICMS

 

Os secretários pontuaram que um dos principais problemas enfrentado pelo estado nos últimos tempos foi a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis, em julho do ano passado, o que representa uma queda de quase R$ 5 bilhões por ano. O Executivo já está em conversação com a União para recomposição dessas perdas. O valor da compensação será de R$ 3,6 bilhões em três anos, sendo R$ 1,2 bilhão ainda em 2023. O governo também prevê um aumento de arrecadação de R$ 1,2 bilhão em ICMS de combustíveis com a determinação do Governo Federal de que a gasolina e o diesel terão uma alíquota fixa e uniforme em todos os estados brasileiros.

“Ninguém esperava essas normas de ICMS do Governo Federal que reduziu o esse imposto sobre combustíveis, telecomunicações e energia. A União é que nos colocou nesta situação e também precisa pagar a conta disso. Temos que repactuar o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) para os próximos nove anos, que foi firmado sem essas expectativas de redução de arrecadação de ICMS. Acredito que a saída seja a redução do pagamento do serviço da dívida”, discursou o secretário Nelson Rocha.

 

Tramitação do PLDO

 

Após os dois dias de discussão em plenário, os deputados terão um prazo de cinco dias úteis para elaborar emendas ao projeto – entre os dias 11 e 17 de maio. Depois, a Comissão de Orçamento voltará a se reunir para emitir parecer às emendas parlamentares, o que deverá acontecer no dia 06 de junho. A previsão é de que a redação final do projeto seja votada em definitivo no dia 20 de junho.

Você também pode gostar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em:Economia