A Alegria da Zona Norte, segunda escola a se apresentar pelo Grupo A, na noite deste sábado (3), na Passarela do Samba, no Caminho Niemeyer, realizou um desfile apenas regular.
Bicampeã em 2018-2019, a agremiação defendeu o enredo “Sou o sopro da força espiritual. A fala que faz. Sou Afoxé”. Mas a apresentação multicolorida da tricolor da Bernardino, teve pontos altos e baixos. Principalmente, porque, em alguns momentos, o desfile ficou devendo em empolgação. Tanto do público, bem como dos componentes.
Os destaques positivos ficam por conta do excelente samba-enredo, bateria e comissão de frente, quesitos em que a escola pode sonhar com nota máxima. Já no quesito enredo, cuja proposta afro-brasileira sempre encontra respaldo no carnaval, a realização ficou distante da concepção, a nosso ver.
A frente da escola não impressionou. Após a comissão de frente, estava o casal de mestre-sala e porta-bandeira. Certamente, a dupla terá dificuldades em alcançar nota dez. Andou mais do que evoluiu, pressionada pelas alas que vinham logo atrás. Isso mesmo, foram várias alas até a chegada do primeiro carro alegórico, até bem realizado, com afoxés enfeitados com neon.
Porém, se o samba era excelente, o mesmo não pode ser dito sobre o seu canto, seja no carro de som ou pelos integrantes. Não havendo canto – a exceção ficou por conta dos refrões -, quesitos importantes como harmonia e evolução ficam prejudicados.
Visualmente, nenhuma novidade com relação a tudo o que já se viu sobre enredos com temática afro. Repetição de indumentárias, como uma coletânea de roupas típicas do terreiro, faltando um pouco de carnavalização do tema.
Um samba tão bom merecia melhor interpretação e mais canto.
Nossa nota: 8,4
Vídeos: Natalie Vitorino/Folha do Leste/Brasil 21 Comunicação | © Todos os Direitos Reservados | Proibida a reprodução
