CulturaEntretenimentoEntretenimento, Artes e CulturaRio de Janeiro - Capital

Feira em Rio destaca a resistência e a cultura afro-brasileira

Feira em Rio destaca a resistência e a cultura afro-brasileira

Feira em Rio destaca a resistência e a cultura afro-brasileira | Marcelo Curia/ICCE

A Feira Aquilombar, realizada no Centro do Rio de Janeiro, no fim de semana, reuniu produtos artesanais e culturais de comunidades quilombolas do estado.

+ LEIA TAMBÉM: Traficante é preso ao obrigar trabalhadores a reinstalar barricadas em Itaboraí

Com uma proposta de integrar cultura afro-brasileira e empreendedorismo, o evento é uma importante vitrine para a cultura e a resistência quilombola.

Exposição de Produtos Quilombolas

Ao lado dos Arcos da Lapa, um dos principais cartões-postais da cidade, Marta da Costa, representante do Quilombo da Rasa, organizava a barraquinha com suas bonecas de tecido.

“Estamos aqui mostrando nossa arte e a força de nossa comunidade”, disse Marta, ao exibir as bonecas chamadas de jongueiras, símbolos do grupo de jongo, uma manifestação cultural afro-brasileira.

Além da venda, a feira oferece a oportunidade de divulgar a história e as tradições das comunidades quilombolas.

“Nosso objetivo é também promover o turismo de base comunitária”, explicou Marta.

Locais históricos da comunidade, como a Ponta do Pai Vitório e a Praia da Gorda, foram destacados como pontos de interesse para os visitantes.

Diversidade Cultural e Empreendedorismo Quilombola

A feira atraiu milhares de visitantes, incluindo Paulo César dos Anjos, que destacou a riqueza cultural do evento.

“É uma chance de nos conectarmos com a cultura ancestral e reforçar nossa identidade”, comentou o visitante.

Promovido pelo Sebrae Rio e pela Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj), o evento contou com 30 barraquinhas, gastronomia típica, música e dança, criando um ambiente vibrante e acolhedor.

Promoção do Empreendedorismo e Capacitação

Para os expositores, a feira é a culminação de um projeto de capacitação. Durante seis meses, os participantes receberam treinamentos sobre comportamento empreendedor, gestão financeira e estratégias de marketing.

+ MAIS NOTÍCIAS DO RIO DE JANEIRO? CLIQUE AQUI

Larissa Passos, analista técnica do Sebrae Rio, destacou que o objetivo é proporcionar autonomia econômica às comunidades quilombolas.

“Empreender é uma forma de transformação social”, afirmou.

Além das vendas, a Feira Aquilombar também serviu como palco para debates sobre temas como antirracismo e a valorização da cultura afro-brasileira.

A presença de expositores de diversas cidades, como Cabo Frio e Paraty, trouxe uma diversidade de perspectivas e produtos, reforçando a importância da cultura quilombola para a sociedade.

Realidade das Comunidades Quilombolas

De acordo com o Censo de 2022, o Brasil possui 1,3 milhão de quilombolas em quase 7,7 mil comunidades. No estado do Rio de Janeiro, 73 comunidades quilombolas abrigam mais de 20 mil pessoas.

No entanto, a realidade enfrentada por essa população é desafiadora. Estudos do IBGE revelam que a maioria das famílias quilombolas vive sem acesso adequado a saneamento básico e enfrenta altos índices de analfabetismo.

A realização de eventos como a Feira Aquilombar é fundamental para aumentar a visibilidade dessas comunidades e discutir questões como a regularização fundiária e os direitos territoriais dos quilombolas.

Ações do Governo Federal e a Resistência Quilombola

Recentemente, o governo federal anunciou ações para beneficiar a população quilombola, incluindo a desapropriação de terras.

+ LEIA TAMBÉM: Integrantes da banda CPM 22 sofrem assalto antes de show no Rio de Janeiro

A presidente da Acquilerj, Bia Nunes, enfatizou que a feira é uma oportunidade de mostrar que os quilombolas não apenas preservam o meio ambiente, mas também geram economia.

“Mostramos o que nossas comunidades produzem, da gastronomia à arte”, afirmou.

Expectativas para o Futuro

Com grande participação popular, a expectativa é que a Feira Aquilombar continue a crescer. Em 2023, o evento atraiu mais de 2 mil visitantes, e neste ano, espera-se que esse número seja superado.

Além das atividades culturais e comerciais, o evento também serviu como uma plataforma para a reflexão sobre os desafios enfrentados pelas comunidades quilombolas no Brasil.

A feira será encerrada no domingo (1º), com apresentações musicais e a roda de samba Quilombo do Grotão. A entrada foi gratuita, reafirmando o compromisso do evento com a inclusão e a acessibilidade cultural.

http://instagram.com/folhadoleste
Curta e siga o Folha do Leste no Facebook!

Você também pode gostar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em:Cultura