Mesmo em meio ao lixo que polui as margens da Baía de Guanabara, sinais de vida continuam a surgir. Durante ações de limpeza realizadas pelas colônias de pescadores Z-8 (São Gonçalo e Itaboraí) e Z-9 (Magé), foram descobertas mudas de mangue germinando em objetos descartados, como um urso de pelúcia e o assento de uma cadeira de espuma.
As imagens capturadas retratam um cenário de resiliência ambiental. Esse esforço é parte do Projeto Águas da Guanabara, que promove a limpeza e preservação dos ecossistemas da região. O trabalho envolve moradores e pescadores locais, conscientizando a população sobre a importância de proteger os recursos naturais da baía.
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O presidente da colônia Z-8, Gilberto Alves, destacou o simbolismo das mudas encontradas.
“A natureza mostra sua capacidade de regeneração. Isso nos incentiva a continuar lutando pela preservação do nosso ambiente,” afirmou.
A iniciativa já retirou cerca de 1,3 toneladas de resíduos dos rios e manguezais próximos à Baía de Guanabara. Esses materiais incluem desde lixo doméstico até resíduos industriais, frequentemente descartados por moradores e empresas.
O Projeto Águas da Guanabara, gerido pela Federação Estadual dos Pescadores do Rio de Janeiro (FEPERJ), tem como principal objetivo recuperar áreas degradadas e conscientizar as comunidades ribeirinhas. Pescadores de colônias como Z-8 e Z-9 participam ativamente das limpezas, recebendo remuneração, cartão-alimentação e suporte médico.
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Além de retirar lixo, os pescadores contribuem para a educação ambiental, ensinando crianças e jovens sobre os impactos da poluição nos ecossistemas locais. O presidente da FEPERJ, Luiz Carlos Furtado, reforça que essas ações têm efeitos diretos na recuperação da fauna e da flora aquáticas.
O projeto investe em visitas escolares às colônias de pescadores. Alunos de escolas municipais acompanham a coleta de resíduos e aprendem sobre a importância da preservação ambiental. Essas experiências práticas ensinam como o descarte inadequado afeta a vida marinha e as comunidades locais.
Gilberto Alves enfatiza: “Queremos inspirar as novas gerações a cuidar do meio ambiente e preservar nossa baía.”
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Entre os materiais recolhidos, pneus têm ganhado um destino sustentável. Em Magé, cerca de 350 pneus foram reutilizados para construir a maior cachoeira artificial da América do Sul, promovendo a sustentabilidade na arquitetura local.
O trabalho de preservação ambiental dos pescadores virou tema da exposição TransforMAR. A mostra itinerante apresenta imagens e vídeos que documentam os desafios e os resultados do projeto, além de oferecer uma experiência interativa para visitantes.
Segundo a curadora Jamylle Ferreira, a exposição visa educar e engajar o público, mostrando como a preservação da baía é vital para o futuro da biodiversidade e da comunidade local.