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Secretaria pede testes de HIV em 45 pacientes transplantados

MP investiga condições laboratório que errou em testes de HIV

Secretaria de Saúde refaz testes de HIV em 45 pacientes transplantados no Rio, após confirmação de contaminação em seis casos de receptores de órgãos.| Reprodução/PCSLAB

Quarenta e cinco pacientes que receberam transplantes entre dezembro do último ano e setembro de 2024 estão passando por novos testes de HIV após a descoberta de infecções. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), exames preliminares realizados pelo Hemorio não apontaram contaminação, e uma contraprova realizada posteriormente confirmou 249 resultados negativos. No entanto, por precaução, a SES optou por repetir os testes em 45 transplantados.

As novas testagens acontecem nos centros transplantadores ou em um centro especializado da rede estadual. A SES ainda não definiu prazo para divulgar os resultados. Paralelamente, o Hemorio analisou amostras de 286 doadores, e nenhuma apresentou sinais de infecção pelo HIV.

Descoberta e Investigações da Infecção

O caso foi identificado em 10 de setembro, quando um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV. A análise dos órgãos doados pela mesma pessoa revelou mais dois casos. Na semana passada, um novo receptor também recebeu diagnóstico positivo, totalizando seis casos confirmados até agora.

O laboratório PCS Saleme, contratado por licitação pela Fundação Saúde para realizar exames de sangue em doadores, havia sido responsável pelos testes. Após a confirmação das infecções, o serviço do laboratório foi suspenso, e o Hemorio assumiu a função.

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Responsabilização e Operação Policial

As investigações culminaram no indiciamento de seis pessoas. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), elas responderão por lesão corporal gravíssima por enfermidade incurável, associação criminosa, falsidade ideológica e indução ao erro. Walter Vieira, sócio do PCS Saleme, e Ivanilson Fernandes dos Santos, técnico do laboratório, foram presos durante a Operação Verum em 14 de outubro. Jacqueline Iris Barcellar de Assis, auxiliar administrativa, se apresentou no dia seguinte, e Cleber de Oliveira Santos, biólogo, foi detido após desembarcar no Aeroporto do Galeão.

Na segunda fase da operação, a polícia prendeu Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do PCS Saleme, em Belford Roxo. Segundo as investigações, Adriana teria ordenado a redução de controles de qualidade dos testes de HIV, supostamente para economizar recursos. No dia 23, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio do laboratório, se entregou, sendo o último dos investigados a se apresentar às autoridades.

Vínculo Familiar e Falsificação de Laudos

A polícia constatou que os administradores da empresa possuem vínculo familiar com o ex-secretário Estadual de Saúde, Dr. Luizinho. Walter Vieira é casado com Ana Paula Vieira, tia materna do ex-secretário, e Matheus Sales Teixeira Vieira, filho de Walter, é primo de Dr. Luizinho e sócio da empresa.

Conforme a polícia, laudos falsificados teriam induzido médicos ao erro, resultando na infecção de pelo menos seis pacientes. Investigações revelaram que o controle de qualidade dos reagentes, que deveria ser diário, passou a ser semanal para reduzir custos. Devido ao avanço das investigações, a Polícia Civil desmembrou o caso e instaurou um novo inquérito para apurar o processo de contratação do PCS Saleme.

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