Em uma manhã rotineira de fiscalização, nesta terça-feira (11), guardas da Coordenadoria de Meio Ambiente da Guarda Municipal de Niterói depararam-se com uma cena encantadora: 13 filhotes de jacaré-de-papo-amarelo desbravando o berçário natural do Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis (POP), na Região Oceânica da cidade.
Era a primeira vez desde a inauguração do parque que tantos filhotes eram vistos juntos. A mamãe jacaré, zelosa, acompanhava de perto os pequenos exploradores, enquanto o “pai”, protetoramente, vigiava a área.
Os guardas Jandair dos Santos Alves e Thiago de Souza Ferreira, responsáveis pela descoberta, não esconderam a emoção.
“Já havíamos conseguido resgatar jacarés que estavam fora do berçário e também já vimos outros filhotes, mas foi a primeira vez que conseguimos achar tantos. Conseguimos contar 13 porque não dá para nos aproximar muito, mas foi bonito ver a fauna se reproduzindo neste santuário”, falou Jandair, veterano com mais de 15 anos de guarda.
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“A prefeitura já colocou as placas e fazemos diariamente o patrulhamento de rotina, mas é importante que a população e os visitantes não passem dos limites do guarda-corpo. É uma proteção para os animais e para as pessoas. Eles também não devem ser alimentados. Devem ficar aqui quietos, no habitat deles”, alerta Thiago.
O local onde os filhotes estavam, conhecido como berçário dos jacarés, oferece proteção e alimento para os pequenos répteis. As raízes das macrófitas servem de refúgio, enquanto girinos garantem o sustento.
Conservação e conscientização
Para garantir a segurança dos jacarés e dos visitantes, a Prefeitura de Niterói instalou placas informativas e delimitou o espaço de reprodução. É fundamental que os visitantes respeitem os limites e evitem alimentar os animais, preservando o equilíbrio natural.
Os jacarés do POP são da espécie Caiman latirostris, conhecidos por adquirirem uma coloração amarelada na região do papo durante a época reprodutiva. Habitam rios, mangues, lagos e se alimentam de uma variedade de animais.
Presença marcante na América do Sul
Encontrados em países como Bolívia, Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai, no Brasil, são mais comuns do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e parte da região Centro-Oeste. Sua expectativa de vida é de cerca de 50 anos, podendo alcançar até 3 metros de comprimento.
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