
Foto: Divulgação
Policiais civis de Campos, em conjunto com a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai, prenderam mais dois suspeitos de envolvimento no golpe da pirâmide financeira. Gilson André Braga dos Santos e Ana Cláudia Carvalho Contildes foram localizados no distrito de Si Hernandarias no Paraguai, a 25 quilômetros da divisa com Foz do Iguaçu.
Eles seriam responsáveis pela empresa A.C. CONSULTORIA E GERENCIAMENTO EIRELI, instalada em Campos, uma organização criminosa que atuava como pirâmide financeira, constituída no ano de 2016, com o objetivo de angariar clientes para captação de valores sob a promessa de aplicação dos investimentos no mercado financeiro de cripto moedas, mediante pagamento mensal fixo de juros de 12% a 30%.
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A dupla foi presa na noite da última quinta-feira (23) e responderá por organização criminosa, crimes contra a economia popular e estelionato. A Polícia Civil suspeita que eles continuavam aplicando o golpe no Paraguai, de acordo com informações fornecidas por uma das vítimas. A delegada titular da 134ª DP/Centro, Natália Patrão, acompanhou toda a ação.
Após firmar diversos contratos, a empresa emitiu uma nota oficial comunicando que todos os investidores seriam ressarcidos em um prazo de 90 dias (a partir de 1º de dezembro de 2021), o que não foi cumprido. A investigação também revelou que outra empresa, a Gayky Cursos Ltda, foi criada pelos suspeitos para dar continuidade ao esquema.
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A 134ª-DP/Centro, em conjunto com o Gaeco, obteve na Justiça o bloqueio online de valores disponíveis nas contas dos denunciados, incluindo criptoativos e moedas estrangeiras, no valor de R$ 1.964.815,96 milhões, para ressarcir as vítimas.
No dia 28, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados a cinco suspeitos. Apenas um deles, Gilson Braga, foi preso por suspeita de integrar a organização criminosa. No Estado do Rio de Janeiro, existem 75 anotações criminais relacionadas a esse golpe, com um prejuízo total de quase 5 milhões de reais.
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Fora os casos não registrados pelas vítimas, conhecidos como “cifra negra”. Estatísticas indicam que, nos últimos cinco anos, esquemas ponzi com criptomoedas causaram uma perda de R$ 40 bilhões a quatro milhões de brasileiros. Ao todo, cinco pessoas estão denunciadas pelos crimes mencionados, e foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva pela 1ª Vara Criminal especializada do Rio de Janeiro.
A AC abria contas para investidores e realizava as aplicações no mercado financeiro por meio das contas “copy”, que permitiam aos criminosos realizar investimentos, incluindo compras e vendas de ativos. Os juros dos investimentos eram pagos inicialmente para dar credibilidade ao negócio desenvolvido pela empresa.