O filho do professor Alédio José Assis tem 11 anos. A criança, diagnosticada com transtorno do espectro autista, frequenta desde os quatro anos o Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil Monteiro Lobato (Capsi), em Santa Rosa.
“O D. chegou a passar por outras unidades e não teve o atendimento que ele encontrou aqui. A proposta do Capsi é, na minha opinião, muito vanguardista porque visa a socialização da criança. Meu filho participa de um projeto chamado Plantar, que desperta nele o conhecimento. Ele me pergunta sobre plantas, sobre solo, sobre terra… O D. já está tendo um interesse voltado para a natureza. Sou um defensor, um propagandista do serviço do Capsi. Eu me sinto feliz e acho que os familiares das crianças que são atendidas aqui vão adquirindo conhecimento pela troca constante com profissionais e com outros familiares. Para mim, o Capsi é uma joia rara”, conclui Alédio.
A unidade é voltada para crianças e adolescentes e oferece atividades para diferentes tipos de transtornos mentais. O sentimento de acolhimento e suporte é compartilhado por muitas famílias que têm suas vidas transformadas pelo Capsi, como a da técnica de enfermagem Franciane Rangel Diniz. Mãe de uma pré-adolescente autista, de 12 anos.
“Confesso que no início eu fiquei muito apreensiva, mas depois que conheci o serviço, eu me senti até mais acolhida e tranquila. Além de ajudar meu filho, a unidade nos proporcionou um sentido de comunidade”, afirma Franciane.
O Capsi Monteiro Lobato é um espaço multifacetado e conta com uma equipe composta por médicos psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, acompanhantes domiciliares, farmacêutico, oficineiros, articulador de rede, coordenadora técnica, administrativos, supervisora, recepcionistas, auxiliar de serviços gerais e copeira. No espaço, são realizados o tratamento e acompanhamento de adolescentes com sofrimentos psíquicos. São mais de 1200 atendimentos por mês.
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A secretária municipal de Saúde, Anamaria Schneider, explica como a população pode acessar o serviço e fala da importância da unidade.
“O Capsi é um local de acolhimento, que conta com uma importante equipe especializada nos diferentes tipos de atendimento voltado às crianças e adolescentes. Para acessar os serviços, a pessoa pode ir direto ao local ou ser encaminhada para uma unidade de saúde”, declara.
A coordenadora de Serviço do Capsi Monteiro Lobato, Alda Maria Oliveira, explica que o trabalho ocorre em articulação com toda a rede de Saúde e outras secretarias, o que qualifica o atendimento e o acesso aos dispositivos de saúde mental.
“Estamos plenamente integrados à Rede de Atenção Psicossocial de Niterói. O nosso objetivo é fornecer um tratamento abrangente para cada criança ou adolescente que chega até nós. Trabalhamos tanto com coletivos para socialização quanto com atendimentos individuais focados em necessidades específicas. Também damos grande importância ao suporte familiar, por isso, quinzenalmente, temos encontros com pais e responsáveis para fortalecer essa rede de apoio”, pontua Alda.
Ela também conta que, além do atendimento individual, voltado para as necessidades de cada um, o dispositivo oferece atividades coletivas, como grupo de interação e integração, estimulação precoce, oficina de jogos, grupo de observação diagnóstica, grupo de convivência, Projeto Plantar, oficina de capoeira, entre outros. O Capsi também realiza atividades externas como visita aos museus, praças, atividades na praia e outros locais culturais.
“É incrível ver as mudanças nas crianças e adolescentes. Muitos que chegaram aqui retraídos e isolados, hoje participam ativamente de nossas atividades coletivas, como a ‘Terça Fazendo Arte’ e a ‘Quinta Brincante’. Ver esse progresso é tão gratificante quanto emocionante”, complementa a coordenadora de Serviço.
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Para o diretor-geral da FeSaúde, o médico Pedro Lima, os Centros de Atenção Psicossocial voltados para a infância e juventude (CAPSi) têm um papel que vai muito além do tratamento médico tradicional. Ele afirma:
“Os CAPSi são elementos essenciais das políticas de saúde mental voltadas para a infância e a juventude. Eles não apenas oferecem tratamento especializado, mas também proporcionam acolhimento, atenção e cuidado. Além disso, trabalham para possibilitar a emancipação dos indivíduos e combater estigmas e preconceitos, em conformidade com as diretrizes do Ministério da Saúde. A Fundação Estatal de Saúde direciona seus esforços para uma rede de cuidados integrada, respeitando as singularidades de cada pessoa. Nossos serviços incluem atendimentos individuais e coletivos, bem como a realização de grupos, oficinas e projetos de inclusão. Essas atividades reforçam os direitos dos usuários ao acesso à cidade e à plena cidadania.”
Cada história contada por pais e profissionais serve como um testemunho e uma semente para um futuro mais acolhedor e inclusivo. Em um mundo que ainda está aprendendo a entender e tratar questões de saúde mental, o Capsi se destaca como uma fortaleza de cuidado e inovação.
Conheça a rede de serviços de saúde mental oferecidos pela Prefeitura de Niterói:
Saúde Mental – A Rede de Saúde Psicossocial de Niterói possui quatro Centros de Atenção Psicossocial (Caps), sendo dois Caps para adultos: Casa do Largo (São Francisco) e Herbert de Souza (Centro); um Caps AD para adultos usuários de álcool e outras drogas (Fonseca); um Capsi para crianças e adolescentes (Santa Rosa); 6 ambulatórios de Saúde Mental, Centro de Convivência e Cultura de Niterói, uma Unidade de Acolhimento Infanto-juvenil (UAI), 9 Residências Terapêuticas (RT) e o Hospital Psiquiátrico de Jurujuba. Os Centros de Atenção Psicossocial são dispositivos da RAPS para o cuidado especializado de pessoas em intenso sofrimento psíquico, que se articulam com os demais serviços da RAPS para a atenção integral e longitudinal de lógica territorial.
O Serviço Residencial Terapêutico é dispositivo fundamental para o processo de desinstitucionalização de usuários que viveram dois anos ou mais ininterruptos em instituição asilar, como Hospitais Psiquiátricos. Como parte do processo de reinserção social, a SRT tem como principal escopo de reabilitação psicossocial a construção da autonomia, a garantia do direito de morar e o exercício da cidadania.
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O Centro de Convivência possui ações como o projeto de geração de renda; grupo para debater a inserção nos espaços de expressão artística, atividades de interesses culturais em geral.
A UAI é um espaço complementar para o tratamento de crianças e adolescentes, de 12 a 18 anos, usuários de crack e outras drogas, que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade.
O Hospital Psiquiátrico de Jurujuba (HPJ) é parte da rede de saúde mental, sendo referência para os acolhimentos de emergência e sua atuação se dá em articulação com os demais serviços desta rede (CAPS, ambulatórios, Centro de Convivência e Cultura), e também em articulação com a rede de saúde da cidade.
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A unidade também possui o perfil ambulatorial que oferece assistência especializada em psiquiatria, psicologia, e acompanhamento comunitário de moradores da região. Além disso, o HPJ conta com o Núcleo de Atividades Coletivas e Cultura (NACC), responsável pela inserção dos pacientes em atividades de geração de renda (bazar, culinária, artesanato), atividades culturais (visita a teatro, shows, cinema) e passeios turísticos.
O município também conta com ambulatórios de saúde mental localizados nas Policlínicas do Barreto, Fonseca, Vital Brazil, São Lourenço, Largo da Batalha, Piratininga, além do ambulatório localizado no HPJ.