XXX Cúpula das Mercocidades chega ao fim com a Carta de Niterói sobre segurança pública
Prefeitos e representantes de cidades da América Latina reunidos no Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói para a foto oficial da XXX Cúpula.
Por Maria Inez Magalhães, de NITERÓI/RJ, em 6/12/25, às 2h — Segurança Pública se trata da principal questão da Carta de Niterói, documento oficial assinado pelos prefeitos de cerca de 500 cidades latino-americanas no encerramento da “XXX Cúpula da Mercocidades: Caminhos para as Cidades Resilientes, Pacíficas e Sustentáveis“, nesta sexta-feira (5). O encontro, com duração oficial de três dias, ficou marcado ainda pela posse de Rodrigo Neves na presidência da Rede Mercocidades.
Além da Segurança Pública, ainda há outras agendas políticas que também fazem parte das diretrizes integrantes do texto final da Carta de Niterói. Por exemplo, o compromisso das cidades com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — ODS, uma agenda da Organização das Nações Unidas — ONU.. Nesse sentido, o documento propõe a criação de uma Coalizão Social Local para assegurar direitos essenciais dos cidadãos.
Além disso, a Carta de Niterói defende o reconhecimento institucional dos governos municipais em fóruns internacionais. Do mesmo modo, a construção de cidades com olhar de equidade de gênero.
Rodrigo diz que crimes diminuíram em Niterói
Conforme Rodrigo Neves, Niterói está apresentando baixos índices de criminalidade. Mesmo assim, disse que continuará investindo em reforços nas políticas municipais de combate à violência. Já no início de 2026, ele afirmou que fará a segunda etapa do Pacto Niterói Contra a Violência ao passo que seguirá investindo em projetos sociais — classificado por ele como fundamental para afastar os jovens da criminalidade.
“A segurança pública é o nosso principal desafio. Nove dos dez países mais violentos do mundo, com as maiores taxas de homicídio, estão na América Latina, frizou.
Rodrigo Neves assina a Carta de Niterói ao lado de Esteban Echeverría; documento prioriza a segurança pública e a busca por crédito internacional.
A necessidade de enfrentamento ao crime organizado foi defendida com firmeza por Rodrigo Neves, apesar de ressaltar que esse embate deve respeitar sempre os direitos humanos.
“O que não dá é vermos, como acontece em algumas cidades do Rio a população vivendo sob o jugo do fuzil, onde o estado democrático de direito não entra. Precisamos enfrentar esse debate com firmeza mas também com humanidade”, disse Neves.
FOCO EM PROJETOS INOVADORES
Como presidente da Mercocidades, Rodrigo Neves vai focar em projetos inovadores para impulsionar investimentos nas cidades latino-americanas. Segundo ele, os programas vão facilitar a liberação de recursos por bancos e agências de cooperação, que já demonstraram interesse em investir nos municípios. Os trabalhos começam em janeiro.
O prefeito revelou que os projetos foram um pedido feito a ele pelos executivos das instituições financeiras.
“Como presidente da Mercocidades me pediram que eu ajude na capacitação dos programas de formação para desenvolvimento de projetos porque, antes das coisas saírem do papel, elas precisam ser planejadas. Isso vai facilitar a liberação de financiamento para o desenvolvimento das cidades”, comentou.
Na posição de novo presidente do Mercocidades — sem deixar de lado sua função de prefeito de Niterói — Rodrigo citou que a nossa cidade ocupa o primeiro lugar em gestão fiscal do Brasil. Trata-se de um fato por vezes destacado em sua gestão, tornando-se mais confortável, sobretudo, quando comparada à maioria das cidades do Brasil e da América do Sul.
O prefeito argentino Esteban Echeverría (à esq.) cumprimenta Rodrigo Neves durante a transmissão da presidência da Rede Mercocidades, em Niterói.
Logo, Rodrigo Neves reconhece que nem todas as cidades possuem condições de fazer investimentos na qualidade de vida do cidadão. Essa deve ser, portanto, uma de suas principais prioridades na presidência da Mercocidades: a busca por recursos para investimentos dessa natureza por cidades que enfrentam desafios de arrecadação. Rodrigo já aponta um caminho para alcançar resultados a curto prazo neste objetivo:
“Tivemos reuniões com os dirigentes do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), que já se dispuseram a apoiar as cidades da América Latina com mais força.
