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Pernambuco capacita profissionais para implementar saúde mental nas escolas

Pernambuco capacita profissionais para implementar saúde mental nas escolas | Rovena Rosa/Agência Brasil

Cerca de 80 profissionais dos Napses e do Comitê Intersetorial do Sistema Estadual de Atenção Psicossocial nas Escolas de Pernambuco participam nesta quarta-feira (10) do curso “Da lei à prática: como implementar a Política Nacional de Saúde Mental nas Escolas”.

O encontro segue até quinta-feira (11) e aborda legislação, cuidados em liberdade, desinstitucionalização, direitos humanos, intersetorialidade, protagonismo de estudantes e famílias, além do contexto nacional e regional da saúde mental infantojuvenil.

O curso discute a Lei nº 14.819, de 2024, que institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares, e inclui oficinas e conversas para adaptar o protocolo de suporte psicossocial às escolas. Também será apresentado o esboço inicial de formação para educadores e gestores escolares, com momento de escuta participativa para alinhar a proposta à realidade de Pernambuco.

A iniciativa é promovida pelo Global Center da Fundação Stavros Niarchos, no Child Mind Institute, em parceria com o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps), a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco e o Ministério da Educação.

O supervisor técnico do Global Center no Brasil, Luis Augusto Rohde, destacou o papel da escola na promoção da saúde mental.

“Professores e profissionais da educação lidam diariamente com questões de saúde mental, mas muitas vezes não têm ferramentas para atuar. O apoio do governo estadual e um plano estruturado são fundamentais para criar um ambiente escolar propício ao cuidado dos estudantes”, afirmou.

O curso busca fortalecer a capacidade técnica e política para implementar a lei, estimular a produção colaborativa do Plano de Ação Estadual e alinhar as ações entre diferentes áreas.

Rohde ressaltou que a escola é o ambiente ideal para detectar precocemente problemas emocionais e comportamentais, já que muitas crianças passam a maior parte do dia nesse espaço. Estudos mostram que cerca de 20% das crianças e adolescentes apresentam alguma condição que causa prejuízos significativos.

O supervisor enfatizou a importância de qualificar os professores, que podem identificar quadros de déficit de atenção, hiperatividade ou alterações de comportamento, especialmente no ensino fundamental e médio.

Ele também destacou a necessidade de combater estigmas e preconceitos sobre saúde mental, ajudando os docentes a compreender que certos comportamentos não são voluntários, mas sintomas de questões emocionais.

Rohde acrescentou que a escola é um ponto de partida estratégico, porque os alunos se sentem mais à vontade nesse ambiente do que em um posto de atendimento à saúde.

“A equação saúde e educação deve caminhar junta. A escola é local de detecção precoce e implementação de estratégias que acolham e incluam o aluno, melhorando o ambiente escolar”, explicou.

O curso também trabalha com a desconstrução de preconceitos e estigmas, criando estratégias que promovam o desenvolvimento adequado dos estudantes e facilitem a absorção das informações em aula.

Após a conclusão da formação em Pernambuco, os resultados serão avaliados para definir a possibilidade de expandir o curso a outros estados, promovendo a implementação da política em âmbito nacional.

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