
Renato Gaúcho comanda vitória épica do Fluminense sobre a Inter no Mundial | Marcelo Gonçalves/Fluminense
CHARLOTTE – Sim, Cano marcou o gol que abriu o caminho para a classificação. Jhon Arias, de novo, foi escolhido o melhor em campo (terceira vez em quatro partidas do Fluminense). Hércules teve calma e visão para, aos 50 do segundo tempo, marcar o segundo gol. Fábio, aos 44 anos, fechou o gol quando foi necessário. Não há como negar, porém, que o homem do Fluminense no jogo das oitavas-de-final da Copa do Mundo de Clubes chama-se Renato Portaluppi.
O boleiro Renato; o Renight; aquele que foi criticado por jornais italianos na apresentação da partida desta segunda-feira (disseram que chegava alcoolizado aos treinamentos em sua rápida passagem pela Roma); o Rei do Rio, que há 30 anos fez um gol de barriga que decidiu um Fla-Flu, superou Cano, Arias, Hércules, Fábio e cravou, de novo, seu nome na história do Fluminense. O tricolor está entre os oito melhores times do mundo. Só isso. E sob o seu comando.
Escalar um time com três zagueiros, esquema que jamais fora utilizado por ele, poderia ter sido um atestado de incompetência se o Fluminense não avançasse. Pensando bem, porém, não eram os italianos os favoritos? Não dá para esquecer que a Internazionale é a atual vice-campeã da Europa. Eliminou, para chegar à decisão, nada menos do que Barcelona e Bayern Munique. E Renato ousou. Escalou três zagueiros, três volantes e deixou Cano e Arias na frente.
E foi numa jogada de Arias, de novo, que Cano completou, de cabeça, entre as pernas do goleiro da Inter para colocar o Fluminense em vantagem com menos de três minutos de jogo. A partir daí, uma aula tática da equipe carioca. Individualmente, não há como negar (e os jogadores do Fluminense, humildes, admitiram isso em todas as entrevistas após a partida), a equipe italiana é melhor. Só que foi no coletivo e na garra que o Fluminense venceu.
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Sofreu, sim. Viu a bola bater duas vezes na trave, mas teve chances que poderiam ter definido o jogo bem antes do gol de Hércules. O Fluminense “soube sofrer”, como se diz atualmente. Na realidade, mais do que saber sofrer, o time de Renato Gaúcho (sem essa de Portaluppi, estamos no Rio) soube controlar a partida. Na lista do primeiro parágrafo poderiam constar, também, os nomes dos três zagueiros, em especial Thiago Silva. Nenhum, porém, maior do que Renato.
Agora, pode acontecer o reencontro contra o Manchester City, que em 2023 tirou do Fluminense o sonho do Mundial na Arábia Saudita. Pode ser o saudita Al Hilal – difícil, com sinceridade. O mais importante, porém, neste momento, é conferir a fila de desculpas daqueles que criticaram e criticam o boleiro Renato; o falastrão Renato; o Renato que “não entende nada de tática”. Entre todos os que estiveram ontem no gramado de Charlotte, Renato foi o melhor em campo.