Após mais uma vez ter sido o cenário de um gravíssimo acidente de trânsito envolvendo um carro e uma moto, na terça-feira, 29 de abril, a Avenida Almirante Tamandaré, em Piratininga, deu lugar a um protesto pela morte de uma das vítimas. O motociclista Wallace Tavares da Silva Pereira, de 27 anos, não resistiu às complicações decorrentes dos ferimentos e, segundo familiares, morreu no Hospital Azevedo Lima nesta segunda-feira (5).
O sepultamento do motoboy, que morava no bairro Maceió, aconteceu na tarde desta terça-feira (6), no Cemitério São Francisco Xavier, em Charitas. Em seguida, familiares e amigos de Wallace, carinhosamente chamado por eles de Nanaco, se dirigiram para o local onde ocorreu o acidente. Precisamente, na Avenida Almirante Tamandaré, em Piratininga, número 1.351, local do fato.
Os manifestantes – cerca de 50, fecharam uma das faixas de rolamento da pista. Extremamente comovidos e ao mesmo tempo indignados com a morte de Wallace, eles vestiam uma camisa com a foto de “Nanaco” na frente e dizeres de saudades nas costas.
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“Eu aceito sua partida mas nunca vou me acostumar com sua ausência. Saudades eternas, Nanaco”, escrito na camisa dos manifestantes.
No entanto, as palavras de ordem e xingamentos tinham como destinatários os membros da clínica Longevità, de onde a motorista do veículo que colidiu com a motocicleta de Wallace teria saído. Eles também soltavam fogos de artifício para chamar a atenção de moradores, comerciantes e motoristas que passavam pelo local.
“Estamos protestando pela vida do nosso primo, que não vai voltar. Mas nós queremos justiça. Os amigos estão todos aqui por isso. Esperamos que ela pague pelo que fez, pois ela tirou uma vida, disse Vítor, primo da vítima, ao Folha do Leste”.
Vídeo da manifestação
Policiais Militares acompanharam a manifestação, enquanto a clínica Longevità permaneceu fechada durante todo ato. Além disso, o trânsito no local ficou engarrafado.
Dinâmica do acidente que matou Nanaco
A motorista envolvida na ocorrência se trata da terapeuta Celma Nunes Villa Verde, de 66 anos. Ela dirigia um Hyunday Creta preto, placa RIS4F00, e estava na faixa de rolamento sentido Praia de Piratininga mas tentava fazer uma manobra de retorno para a faixa no sentido contrário.
Enquanto ela realizava a manobra irregular – apesar de costumeira no local – o motociclista que trafegava no sentido Piratininga, na sua mão de direção, não teve tempo de frear e colidiu na porta do carro.

Wallace Nanaco ainda com vida instantes após o acidente, ocorrido em 29/04 | André Freitas/Folha do Leste
A motocicleta atingiu a porta esquerda do carro, na posição do condutor. Com a força do impacto, o motociclista caiu na pista contrária, desacordado e perdendo muito sangue. No dia da colisão, houve remoção do veículo do local do acidente antes da chegada do socorro do Corpo de Bombeiros bem como da Polícia Militar.
Segundo o Corpo de Bombeiros, ambos deram entrada no Hospital Azevedo Lima, em Niterói. O homem em situação vermelha ao passo que a mulher com classificação verde.

Veículo envolvido no acidente já estacionado em uma das vagas de uma igreja à frente do local da ocorrência | André Freitas/Folha do Leste
Para muitas pessoas que estavam na cena do acidente, a condutora do carro teria culpa no fato. Entretanto, ambos receberam socorro.
“O retorno de carros aqui é proibido, e ele bateu no carro dela porque não teve tempo de parar. Tenho medo que ele (o motociclista) de certo termine errado caso não tenha habilitação”, disse um motoboy que testemunhou o fato.
Uma outra moradora disse o seguinte à reportagem:
“Só falta ela de errada sair como certa porque embarcou na ambulância e foi para o hospital”, declarou em tom temeroso.
Uma testemunha de diversas ocorrências semelhantes acredita que um sinal de trânsito ajudaria a diminuir a velocidade de quem trafega na avenida:
“O número de acidentes aqui só aumenta e falta muita fiscalização do trânsito. Acho que a prefeitura deveria colocar um sinal de trânsito aqui no trecho, para tentar diminuir um pouco a velocidade com que esses carros passam por aqui. Nesse trecho, só existe sinal no trevo de Camboinhas e na entrada do Recanto das Garças. Um trecho de mais de um quilômetro sem sinal, perigoso até para quem quer atravessar a via para pegar ônibus”, disse uma comerciante que prefere não se identificar.
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