
Ao contestar legitimidade da agenda da manifestação de Jair Bolsonaro e aliados em Copacabana neste domingo, Professor Túlio, vereador de Niterói, critica parlamentares de direita da cidade, seus adversários ideológicos, por “fortalecerem atos golpistas” e “contra a democracia” | Reprodução
A articulação de parlamentares da direita mais radical no Congresso Nacional para votação do Projeto de Lei da Anistia ganhará a Orla de Copacabana neste domingo (16). O ato, que teve convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro, juntamente com seus aliados, terá a participação de políticos da direita de Niterói. Garantem presença no evento parlamentares do PL, como o deputado federal Carlos Jordy, assim como os vereadores Douglas Gomes, Allan Lyra e Fernanda Louback.
Em contrapartida a esse manifesto, políticos da esquerda de Niterói, como a líder do Psol na Câmara dos Deputados, Talíria Petrone, e o vereador Professor Túlio se manifestam contra a agenda do ato. A vereadora Benny Briolly, também do Psol, tem repetido por diversas vezes que a tentativa de golpe de estado não merece anistia.

Tropa de choque do Psol, em Niterói: Professor Túlio, Talíria e Flavio Serafini. Assim como a vereadora Benny Briolly, eles são contra qualquer tipo de anistia aos presos e denunciados pelos atos de 8/01/2023, em Brasília. Professor Túlio critica parlamentares de Niterói que vão ao ato | Psol
De igual forma, vereadores como Anderson Pipico (PT) e Binho Guimarães (PDT) têm se manifestado em contrário a qualquer anistia àquelas ocorrências que boa parte do país classificou como “atos golpistas”.
“Isso é muito grave”
O Professor Túlio classifica como muito grave que vereadores eleitos em Niterói fortaleçam golpistas.
“Acabamos de sair de um processo eleitoral em que o PL levou o seu candidato Carlos Jordy ao segundo turno. Que eles elegeram a maior bancada de Niterói. Inclusive, com o vereador Douglas Gomes se tornando o mais votado da história. Ou seja: será que a urna eletrônica só não funciona quando não é a favor deles?, indagou”.
Golpistas podem tentar de novo, alerta
Túlio acha que o país vive um momento que requer cuidado e atenção, principalmente porque a anistia pode representar uma nova tentativa dos golpistas.
“Antes mesmo de tomar posse, já haviam planos para matar o presidente Lula, e o vice-presidente Alckmin, além do Ministro do STF, Alexandre de Moraes. Vendo o exército não havia comprado a ideia golpista deles, partiram para a tentativa de golpe com 8 dias de um novo governo. Na remota hipótese de serem anistiados, eles vão voltar e tentar de novo, com ainda mais força e certeza de impunidade”, diz o edil.
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Para o Professor Túlio, a democracia não pode sofrer ataques dessa natureza, e a história já nos deixa lições nesse sentido.
“Nós, no Brasil, já passamos por isso, em 1964, quando militares depuseram um presidente legitimamente eleito e uma ditadura se instalou por 21 anos”, disse o professor Túlio.
Ditadura matou e perseguiu pessoas de 1964 a 1985
O vereador do Psol – que também se define como educador popular e antifascista – lembrou da perseguição imposta pelo regime a muitas pessoas. Rememorou a escalada do regime, através da edição, por decreto, de Atos Institucionais que fecharam o Congresso Nacional, censuraram a imprensa, estabeleceram o controle do Poder Judiciário e deram sumiço em pessoas.
“Sobre o desaparecimento de pessoas, o mundo acaba de testemunhar a realidade do que se passou no Brasil naquele tempo, através do filme “Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar de 2025. O longa-metragem mostra que uma família foi destroçada pelo desaparecimento d0 ex-deputado federal Rubens Paiva, cujo corpo jamais foi encontrado”, assinalou.
Nunca mais
Além disso, rememorou a criação do Destacamento de Operações de Informações (DOI), tal qual do “Centro de Operações de Defesa Interna” (CODI). Unidos, eles formaram o terrível – e temível – DOI-CODI, que em São Paulo tiveram o comando do Coronel Carlos Albrto Brilhante Ustra, ídolo de Jair Bolsonaro. O caso mais emblemático sob comando de Ustra repousa na simulação de suicídio do Jornalista Vladimir Herzog.
“Precisamos deixar uma mensagem clara: ditadura nunca mais. Sem anistia para golpistas”, finalizou.
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