Ecoponte faz experiência interditando uma faixa de trânsito no acesso da Alameda, no Fonseca, e causa engarrafamento em todas as regiões de Niterói | Reprodução
O teste de paciência enfrentado por motoristas na manhã desta segunda-feira (17), em todas as regiões de Niterói, já tem explicação: um experimento inusitado e descabido de lógica realizado pela Ecoponte. A concessionária que administra a ponte Presidente Costa e Silva (Ponte Rio-Niterói) interditou uma das duas faixas de rolamento do viaduto que dá acesso à rodovia – a da direita – pela Alameda São Boaventura.
Como resultado, a Região Norte da cidade se transformou em um imenso estacionamento, causando prejuízos a quem se deslocava no trânsito. O percurso de cerca de 4km pela Alameda, no Fonseca, registrava cerca de 60 minutos até a pista de acesso. Além disso, o engarrafamento se estendeu pela RJ-104, chegando a ultrapassar o limite entre Niterói e São Gonçalo, após o Baldeador.
O afunilamento do trânsito causou reflexos em outros bairros da cidade, afetando toda Zona Sul bem como a Região Oceânica. No Centro e São Lourenço, todas as vias de acesso à Ponte registraram situação semelhante.
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O tempo de travessia durante todo período da manhã contabilizou cerca de 30 minutos. Esse também se tratou do tempo médio de travessia na parte da tarde, pois houve um acidente envolvendo uma moto e um carro próximo ao pórtico 22. Por volta de 13h, o tempo de travessia chegou a 39 minutos no sentido Rio.
Os túneis Charitas-Cafubá sentido Zona Sul, assim como o Raul Veiga, ficaram totalmente engarrafados.
Tal fato causou indignação no prefeito de Niterói. Rodrigo Neves (PDT) se pronunciou ponderando que a Linha 3 do metrô se trata de uma necessidade urgente por saber que a Ponte Rio-Niterói já está saturada. Entretanto, ele disse que é possível melhorar a operação diária do trânsito na ponte.
“O que não pode acontecer é uma situação como essa: fechar uma faixa e deixar apenas a da esquerda para o acesso à ponte. Isso prejudica Niterói, São Gonçalo e outras cidades da região”, protestou.
A falta de lógica do “teste” também causou indignação no usuário Mauro Bastos. Ele indaga a concessionária sobre o sentido de tal experimento.
“Desde a semana passada a subida da ponte com congestionamento por causa dessa meia pista com cones. Hoje nível 1h20 do Prezunic até polícia federal”, reclama.
O Folha do Leste entrou em contato com a Ecoponte. A concessionária informou que, desde a última semana, realizou em caráter de teste, uma intervenção na rampa de acesso da Alameda São Boaventura, no sentido Rio, da Ponte Rio-Niterói.
“A rampa que possui uma faixa no início, se desdobra em duas logo a frente e 200 metros depois, retorna para uma faixa novamente. A ação consistiu em deixar toda a rampa com apenas uma faixa para evitar o zigue-zague de veículos, o que comprovadamente causa retenção na via”, explicam.
A concessionária ainda alega que houve um volume de veículos acima da média passando pela rodovia naquele horário. De igual forma, a Ecoponte relatou maior incidência de atendimentos mecânicos e ocorrências.
“Importante destacar que o impacto gerado na última segunda-feira (17/02), foi em decorrência ao volume de tráfego atípico, mais de 5 mil veículos a mais do que as outras segundas-feiras, ou seja, 14% acima. Além disso, aconteceram três ocorrências no período da manhã e o número de atendimentos mecânicos registrados, ultrapassou a média em 38%, com 66 atendimentos contabilizados.”
Por fim, a concessionária ressalta que a intervenção está sob avaliação da equipe operacional. A Ecoponte também diz estar avaliando os índices de tempo de travessia durante o período.
