
Médica é denunciada por injúria racial em caso na UFRJ | Divulgação/Sidney Coutinho/UFRJ
Uma médica foi denunciada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) por injúria racial contra uma técnica de enfermagem. O incidente ocorreu em 2024, na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizada em Laranjeiras, na Zona Sul. Durante o episódio, a acusada teria afirmado que “iria colocá-la no tronco”, em referência ao período escravagista.
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De acordo com a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, o fato aconteceu no dia 1º de abril de 2024. A médica, identificada como Evelise Pochmann da Silva, teria insultado a técnica de enfermagem durante um desentendimento no ambiente de trabalho. Durante a discussão, Evelise teria proferido frases como:
“Vai trabalhar como? Vai lavar? Vai passar? Eu vou te colocar no tronco!”.
Segundo a promotoria, as expressões reforçaram estereótipos racistas e preconceituosos.
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O promotor de Justiça Alexandre Themístocles afirmou que a conduta da denunciada “feriu a honra e a dignidade da vítima”. A acusação destacou que a fala reforçou preconceitos raciais e estereótipos que questionam a capacidade intelectual de pessoas negras. A vítima relatou ter se sentido humilhada e desrespeitada diante dos colegas de trabalho.
Na ação apresentada à Vara Criminal da Comarca da Capital, o Ministério Público requer a condenação da médica por injúria racial, com previsão de pena de reclusão. Além disso, o MPRJ solicita o pagamento de um valor mínimo como reparo pelos danos morais causados à técnica de enfermagem.
Contexto e Repercussão
Casos de injúria racial são tipificados como crime no Brasil, com penas que variam de um a três anos de reclusão, além de multa. A legislação busca coibir condutas que perpetuem o racismo estrutural e ofensas à dignidade humana.
A denúncia feita pelo MPRJ reforça a importância de responsabilizar atos que reforcem estereótipos raciais.
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A Maternidade Escola da UFRJ ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Entretanto, a instituição afirmou que adota uma política de tolerância zero contra discriminação e preconceito em qualquer esfera.
Próximos Passos
O processo segue tramitando na Justiça, e a médica terá direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme previsto na Constituição Federal. O caso tem gerado discussão nas redes sociais, com várias manifestações de apoio à vítima e pedidos de justiça.