Complicou. E não foi pouco, não. A derrota da seleção brasileira masculina de vôlei, diante da Alemanha (3 a 1, parciais de 21/25, 25/19, 25/19 e 28/26), após duas horas e quatro minutos de jogo, deixou o time dirigido por Renan Dal Zotto em quarto lugar no Grupo A do pré-Olímpico e, neste momento, sem depender apenas dos seus resultados para conseguir uma das duas vagas para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
O grupo é liderado pela Itália e pela Alemanha, que marcaram nove pontos em seus três primeiros jogos. Cuba também está à frente do Brasil, mas apenas no número de pontos. Para a seleção brasileira não precisar fazer muitas contas, deve vencer todas as partidas que faltam e torcer para que cubanos, alemães e italianos se engalfinhem e percam entre si para ao menos o segundo lugar caia no colo brasileiro.
Depois da difícil vitória sobre a República Tcheca, no domingo, esperava-se um Brasil mais intenso na quadra do Maracanãzinho. O apoio da torcida, mais uma vez não faltou – só que o time decepcionou. No primeiro set, vencido pelo Brasil, os alemães chegaram a errar três saques seguidos, o que permitiu que abríssemos vantagem e levássemos o set até a vitória, dando esperanças aos mais de dez mil torcedores presentes ao ginásio.
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A partir daí, porém, só decepção. Parecia que os alemães haviam ensaiado com perfeição o que fazer: errar tudo o que podiam no primeiro set, avaliando até onde “esticar a corda”. E envolveram totalmente o Brasil, como admitiu o técnico Renan. “Eles erraram muito pouco a partir do segundo set. Foi um jogo tenso, como acontece em torneios como o pré-Olímpico”, afirmou, lembrando que agora temos que nos reorganizar e buscar a reação.
O grande comandante do time alemão, inclusive nas reclamações contra a confusa arbitragem do dominicano Cespedes, foi o camisa 9 Grozer, que marcou nada menos do que 27 pontos – quando se fala da arbitragem, apenas no primeiro set, em lances nos quais foi solicitada a intervenção do vídeo, o jogo ficou parado mais de seis minutos (e as decisões provocaram ironias por parte dos alemães, por normalmente favorecerem ao Brasil).
E se a situação do Brasil é ruim no Grupo A, no C, que está sendo realizado na China, a Argentina (que nos derrotou no Sul-Americano realizado em Recife há pouco mais de um mês) vem muito bem, obrigado, ocupando o segundo lugar, logo atrás da Polônia. Enquanto os poloneses estão com quatro vitórias em quatro jogos, os argentinos perderam apenas uma vez, para o Canadá, e parecem caminhar para a conquista da vaga.