
Vivi Noronha é alvo de operação da Polícia Civil por lavagem de dinheiro | Reprodução
A influenciadora digital Vivi Noronha, companheira do funkeiro MC Poze do Rodo, é investigada como peça-chave na engrenagem financeira do Comando Vermelho. Na manhã desta terça-feira (3), a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em sua residência, no Recreio dos Bandeirantes (Zona Oeste do Rio), e em outros endereços no Rio de Janeiro e São Paulo.
A ofensiva mira o núcleo responsável por lavar mais de R$ 250 milhões para a facção criminosa. Segundo os investigadores, parte desses recursos bancou a compra de fuzis, cocaína e a expansão territorial do CV.
Esquema usava laranjas e empresas de fachada
De acordo com a Polícia Civil, Vivi e sua empresa aparecem como beneficiárias diretas dos repasses ilegais, recebendo depósitos de “laranjas” ligados à quadrilha.
A função da influenciadora ia além da movimentação de valores: ela seria o elo entre o crime organizado e a cultura digital, dando aparência de legalidade ao dinheiro sujo.
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Para os investigadores, essa “legitimação” nas redes amplia o alcance da chamada narcocultura, fortalecendo o domínio da facção em comunidades e entre jovens.
“Professor” e o poder simbólico do Baile da Escolinha
A investigação aponta Philip Gregório da Silva, o Professor, como mentor do esquema. Morto no domingo (1º) com um tiro na cabeça, ele foi o responsável por criar o “Baile da Escolinha”, usado como vitrine de poder, canal de lavagem de dinheiro e propaganda do CV.
Um restaurante em frente ao baile funcionava como fachada para movimentar o lucro do tráfico. A polícia descobriu ainda o envolvimento de uma produtora de eventos, que organizava os bailes funk para vender drogas e manter o esquema rodando.
Influência internacional e ligação com o terrorismo
As movimentações financeiras revelaram remetentes curiosos: um deles é segurança pessoal de Edgar “Doca”, chefe do CV no Complexo do Alemão. Outro é foragido do FBI, acusado de atuar com lavagem de dinheiro para a Al-Qaeda, segundo dados de cooperação internacional.
Prisão e soltura de MC Poze
MC Poze foi preso na quinta-feira (29), por apologia ao crime e ligação com o CV. Solto nesta segunda (2) por decisão judicial, ele terá que seguir medidas cautelares, como não deixar o Rio, informar atividades mensais e evitar contato com outros investigados.
Influenciadora também é investigada por calúnia
Além do inquérito financeiro, Vivi Noronha responde por calúnia. Ela acusou policiais civis de sumirem com joias de ouro durante a operação. Em vídeo postado no Instagram, com 2,9 milhões de seguidores, questionou:
“Achou o ouro e acabou a operação? Estranho.”
O caso também está sendo apurado pela polícia.