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Violência pode deixar moradores do Salgueiro sem ônibus

Após a ordem de traficantes para que a circulação de ônibus fosse interrompida no Complexo do Salgueiro, na última quarta-feira (17), o sindicato que atende aos profissionais de transporte rodoviário (Sintronac) orientou que os trabalhadores evitem circular em áreas consideradas mais violentas. Desse modo, as ações do crime organizado podem fazer com que essas áreas fiquem sem transporte público.

 

O Sintronac recomenda aos rodoviários que não arrisquem suas vidas e evitem circular em áreas onde podem ser expostos à violência. Ninguém é obrigado a correr perigo. O sindicato está à disposição da categoria para qualquer providência no campo jurídico e se houver necessidade de amparo nas áreas de psicologia e psiquiatria”, disse o sindicato.

 

O Setrerj, sindicato que representa as empresas de ônibus em São Gonçalo, informa que as autoridades responsáveis pela segurança e gestão do transporte municipal e intermunicipal foram informadas na quarta-feira (17) sobre a suspensão temporária do serviço na região do Salgueiro. A circulação das linhas foi retomada à noite, assim que foram restabelecidas as condições de segurança para passageiros e rodoviários. O caso foi registrado e está sendo investigado pela 72ª DP (São Gonçalo).

 

Pelo menos cinco linhas de ônibus, entre municipais e intermunicipais, teriam sido interrompidas. O Setrerj, contudo, afirmou não possuir o balanço exato de coletivos e passageiros afetados.

 

A Polícia Militar informou que estabeleceu contato com os representantes das empresas de ônibus que circulam na região. De acordo com o comando da unidade, a situação foi normalizada na manhã de quinta-feira (18) e a circulação de coletivos segue sem alterações. O 7º BPM (São Gonçalo) está desenvolvendo trabalho de inteligência com a delegacia da área para prender os possíveis envolvidos no episódio.

 

O bairro Salgueiro conta com patrulhamento e outras ações ostensivas desenvolvidas pelo 7ºBPM, incluindo para retirada de barricadas, as quais são planejadas com base em informações de inteligência e pelas determinações legais atualmente vigentes, tendo como preocupação central a preservação de vidas”, disse a Polícia Militar.

 

A ordem supostamente teria partido do traficante Atônio Ilário Ferreira, o Rabicó, mas a polícia ainda não confirma a informação. A motivação da determinação do tráfico para a interrupção da circulação dos ônibus também está sendo apurada pelas forças de segurança.

 

Caso recorrente

 

O Sintronac afirmou que, em fevereiro, se reuniu com a cúpula da Polícia Militar do Rio, incluindo os comandantes dos batalhões de cidades do Leste Fluminense. Foi aberto um importante canal de diálogo com a PM para se discutir soluções para a insegurança nos ônibus e a proteção aos rodoviários. Desde então, a corporação tem empreendido esforços para cumprir seu papel e assegurar que os trabalhadores não sofram com a ação de marginais.

 

Na ocasião, ação similar do tráfico de drogas havia acontecido no Jardim Catarina, na qual coletivos foram inclusive sequestrados e usados como barricadas.

 

São territórios livres para o oportunismo de quadrilhas violentas, que impõe seu poder sobre pessoas incapazes de se defender. Mas, como todos os covardes, assim que a PM entra nesses locais, os marginais fogem e esperam por nova chance de voltar a tomar conta das ruas. É um problema cíclico, que não depende apenas das Forças de Segurança Pública para sua solução”, complementou o Sintronac.

 

A Polícia Civil também foi procurada pela FOLHA DO LESTE, mas ainda não se manifestou.

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