
Foto: AFP
No município equatoriano de Durán, o vereador Bolívar Vera foi vítima de um ato de violência política que assombra o país às vésperas do segundo turno da eleição presidencial. O Ministério Público confirmou o sequestro e assassinato de Vera, anunciando a abertura de uma investigação. O corpo do vereador foi encontrado com as mãos amarradas e ensanguentado em um bosque na província de Guayas, região atingida pela violência relacionada ao narcotráfico.
Bolívar Vera era membro do Partido Social Cristão, de direita, e seu assassinato soma-se ao do candidato presidencial Fernando Villavicencio, que foi baleado em agosto. O Equador, que antes era conhecido por sua paz, tornou-se um centro de operações para cartéis de drogas estrangeiros e locais nos últimos anos, sendo afetado por massacres, sequestros e extorsões.
O governo local de Durán, próximo ao porto de Guayaquil, denunciou o sequestro de Bolívar e solicitou às autoridades que investigassem seu paradeiro. O vereador vestia uma camisa da seleção equatoriana de futebol, indicando que estava assistindo a uma partida no dia de seu desaparecimento. Imagens registradas por jornalistas mostram o momento em que o corpo foi removido de uma área próxima a uma estrada, com várias mulheres chorando próximo ao local.
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Bolívar Vera havia sido eleito para o mandato de 2023-2027 como vereador de Durán. A prefeitura expressou suas condolências à família e amigos do vereador, ressaltando a grande perda que sua morte representa. O prefeito Luis Chonillo relembrou os mais de 30 assassinatos ocorridos na região desde o início do estado de exceção decretado em julho, visando controlar a violência com o auxílio dos militares.
O Equador enfrenta uma onda de violência relacionada ao tráfico de drogas, que tem domínio sobre os presídios e uma disputa sangrenta pelo mercado de drogas. Desde 2018, a taxa de homicídios no país quadruplicou. A situação se torna ainda mais crítica devido à violência política que vem ocorrendo, envolvendo assassinatos de candidatos presidenciais, prefeitos, candidatos a deputado e líderes políticos locais.
A violência política aumenta poucas semanas antes do segundo turno das eleições presidenciais, que ocorrerá em 15 de outubro. O embate eleitoral é entre a candidata de esquerda Luisa González, protegida política do ex-presidente Rafael Correa, e o candidato de direita Daniel Noboa, filho de um dos homens mais ricos do país. O vencedor governará até 2025 para completar o mandato originalmente pertencente a Guillermo Lasso.