
Vereador se pronuncia sobre o julgamento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Após seis anos de impunidade, finalmente os acusados confessos do assassinato brutal da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes vão a júri popular nesta quarta-feira, no 4º Tribunal do Júri, no Centro do Rio de Janeiro. O julgamento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz estava marcado para as 9h, mas o júri popular foi montado após sorteio realizado às 9h55.
O vereador de Niterói Paulo Eduardo Gomes, do partido PSOL — mesmo partido de Marielle — se manifestou sobre o julgamento, demonstrando esperança de que o caso seja finalmente resolvido.
“Esperamos que a justiça seja finalmente feita, no primeiro momento, em relação aos executores do bárbaro crime contra nossa companheira e do companheiro Anderson. E no próximo passo, a condenação daqueles que foram os mandantes desse crime”, declara Paulo.
O caso gerou repercussão nacional e internacional, tanto pelo que Marielle representava como pela busca incansável de sua família e amigos para descobrir a motivação do crime e pela pergunta que ecoa até hoje: “Quem mandou matar Marielle Franco?”
O vereador também destacou: “Vamos aguardar com toda energia positiva para que a justiça seja feita, que eles tenham o máximo de condenação e morram definitivamente na prisão.”
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O crime ocorreu na noite de 14 de março de 2018, na região central da cidade. O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro, atuará na acusação, pedindo a condenação máxima, que pode chegar a 84 anos de prisão.
Ambos foram denunciados por duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e receptação do veículo Cobalt utilizado no crime. Em março de 2019, um ano após o assassinato, Lessa e Queiroz foram presos na Operação Lume, coordenada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.
Seleção do Júri e Isolamento dos Jurados
Para o julgamento, 21 pessoas foram selecionadas, sendo sete sorteadas para compor o júri popular. Durante o julgamento, os jurados permanecerão incomunicáveis e alojados em áreas restritas no Tribunal de Justiça do Rio. A acusação vai ouvir sete testemunhas, incluindo a jornalista Fernanda Chaves, única sobrevivente do ataque, além de familiares das vítimas e dois policiais civis.
Logística e Detalhes do Processo
O processo que levou à prisão de Lessa e Queiroz inclui 13.680 páginas, divididas em 68 volumes e 58 anexos. Os réus prestam depoimento por videoconferência: Ronnie Lessa está no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, enquanto Élcio Queiroz encontra-se no Complexo da Papuda, em Brasília.