Foto: Reprodução – Redes Sociais
Na manhã desta sexta-feira (19), a Câmara de Vereadores de Maricá, protocolou um pedido de cassação do vereador Ricardinho Netuno (Republicanos). O parlamentar está sendo investigado pela Polícia Civil por conta de um vídeo em que ele faz críticas e demonstra intolerância às atividades culturais de matrizes africanas oferecidas na cidade. O pedido foi protocolado por cinco vereadores e será encaminhado à comissão de ética pelo presidente da Câmara.
Este não é o primeiro pedido de cassação feito contra Ricardinho Netuno. Em 2023, ele já havia sido alvo de acusações de que teria incentivado os atos que ocorreram no dia 8 de janeiro em Brasília.
O vídeo em questão foi publicado nas redes sociais na quarta-feira (17) e apresenta diversas frases polêmicas. Contudo, uma delas afirma que a Prefeitura de Maricá está ensinando “macumba” às crianças em escolas municipais. Além disso, o vereador também chama bonecas africanas de vudus, produzidas em uma oficina de arte. O vídeo termina com a mensagem:
“Quando seu filho for possuído, você saberá de quem é a culpa”.
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Contudo, segundo o documento protocolado, o vereador tentou associar as religiões de matriz africana a algo maléfico e que deve ser combatido por toda a sociedade.
O texto também destaca que Ricardinho Netuno possui 30,9 mil seguidores no Instagram, onde divulgou o vídeo. O pedido de cassação argumenta ainda que o vídeo fazia a exposição indevida e sem autorização de menores de idade.
O vereador nega que tenha havido preconceito e afirma que não é o autor do vídeo. Além disso, ele explica que recebeu o conteúdo pelo WhatsApp e o divulgou apenas para saber a opinião das pessoas. De acordo com Ricardinho Netuno, em nenhum momento ele expressou sua própria opinião no vídeo.
A Prefeitura de Maricá também repudiou a atitude do vereador. Em nota, ela ressaltou que o ensino da história e da cultura afro-brasileira é obrigatório por lei desde 2003 e está presente nos currículos das escolas para valorizar a cultura brasileira.
Dessa forma, o babalorixá Antônio Jonas Chagas Marreiros, conhecido como Pai Liminha, manifestou repúdio ao vídeo divulgado pelo vereador. Segundo ele, a atitude demonstra uma total alienação da história do Brasil e tende a ofender outros grupos sociais.
Veja nota:
“A Prefeitura de Maricá repudia veementemente o ataque contra as religiões de matrizes africanas feito pelo vereador Ricardinho Netuno. Em um vídeo preconceituoso publicado nas redes sociais, ele expõe, de forma distorcida, alunos e professores da oficina de bonecas, música e dança afro contemporânea, oferecida gratuitamente a crianças e adultos pelo projeto Maricá das Artes da Secretaria de Cultura.
Cabe ressaltar que o ensino da história e da cultura afro-brasileira é obrigatório por lei desde 2003 e está inserido na temática curricular nas escolas de ensino médio e fundamental para garantir a valorização da cultura brasileira.
A Prefeitura de Maricá respeita todas as religiões e se manifesta, com repulsa, contra as atitudes deste vereador, que deveria, como representante do povo de Maricá, combater o preconceito”.
