EsportesFutebol

Copa do Brasil: Vasco mata Botafogo nos pênaltis e Diniz elimina filho de Ancelotti

Copa do Brasil: Nuno comemora gol marcado no primeiro tempo, após falha de Neto, abrindo placar para o Vasco sobre o Botafogo | Mateus Lima/Vasco/Divulgação

Bastava sentir a atmosfera do estádio Nilton Santos para o jogo entre Botafogo x Vasco, pela Copa do Brasil, para dizer, antes da bola rolar, que o alvinegro sairia classificado, mesmo que nos pênaltis. Nesta quinta-feira (11), a casa do glorioso recebeu seu maior público no ano — 40.649 torcedores. Tudo estava a favor do time da estrela solitária, que atualmente, com melhor plantel e estrutura do que o Gigante da Colina, que enfrenta tempos difíceis.

Porém, quando falamos em instituições como Botafogo e Vasco, devemos sempre lembrar que se trata de classico, principalmente numa competição como a Copa do Brasil que, ao final de qualquer jornada, empate se resolve nos pênaltis, com um classificado e outro eliminado.

Portanto, nessa competição, não existe lugar para “melhor plantel”, melhor comissão técnica, melhor momento, melhor estrutura… O que vale é a alma copeira, a vontade de vencer. Isso começa na diretoria e termina dentro de campo.

Vasco não é chamado de Gigante à toa

Quando começamos a analisar essa partida com esse olhar, necessariamente temos que inverter a lógica do favoritismo. Afinal, enquanto o Vasco lutava como quem quebrava um porquinho para contar moedas e contratar jogadores para ter um plantel, o Botafogo fazia o inverso. Desfaz-se do que tem de melhor em seu elenco, desde o ano passado, liquidando jogadores que nem queriam sair do clube. Se por outro lado fez outras contratações, nenhuma que estivesse à altura de quem saiu.

Fizeram isso esquecendo que jogariam contra um GIGANTE. Em qualquer fase, o Vasco merece muito respeito. Não só o Vasco, mas os demais adversários que o Botafogo tem pela frente.

Botafogo usa camisa preta nos bastidores

Enquanto o Botafogo dá sinais dentro de campo de que o ambiente externo está contaminando jogadores e comissão técnica, seus adversários, com o devido respeito que o futebol merece, jogam com as possibilidades que tem.

Esse é o melhor resumo do jogo de hoje. Nada de lance a lance, pois se trata de um jogo definido em poucos momentos, em detalhes capitais. Um Vasco e  Botafogo que só chegou à decisão por pênaltis porque Léo Jardim cometeu um (pênalti) em Corrêa no tempo normal, convertido por Alex Telles, ainda no primeiro tempo. Entretanto, o resultado mais justo seria o Vasco sair de campo classificado com uma vitória no tempo normal e o Botafogo eliminado.

Alex Telles empatou de pênalti no tempo normal, mas na hora da disputa perdeu a cobrança que eliminou o Botafogo | Vitor Silva

Alex Telles empatou de pênalti no tempo normal, mas na hora da disputa perdeu a cobrança que eliminou o Botafogo | Vitor Silva

 

Por quê? Primeiramente, o gol do Vasco sai num frango do goleiro Neto, colocado como titular no lugar do John. Também, em razão da falta de criatividade do meio de campo do Botafogo, cujo time não mais consegue jogar por dentro desde a saída de Gregore e Igor Jesus. Somente consegue quando joga com três volantes, com Allan entrando no meio-campo.

Diniz vence filho de Ancelloti, para quem esquentou cadeira

E do outro lado? Um treinador que sabe das suas limitações, mas que tem um Coutinho em campo. Que sabe dar oportunidades para quem quer se projetar no futebol, usando a camisa do Vasco.  De um time que tem um excelente goleiro como Léo Jardim, pegador de pênalti, um Vegetti com faro de gol e que sabe a exata dimensão de enfrentar o Botafogo.

O Vasco achou seu gol e jogou com o resultado. Mesmo quando o Botafogo empatou, soube resistir, sofrer. Quando deu, ainda levou perigo. Teve mais mentalidade, assim como demonstrou em campo querer mais a classificação.

A obscuridade dos bastidores do Botafogo chegou ao campo de jogo. Vai chegar na torcida, que até agora teve paciência. Não há falta de consciência de que o Textor salvou o clube. Mas faz-se necessário ele dizer, de forma clara, transparente, olhando no olho de todo mundo, o que se passa. 

Parabéns ao Fernando Diniz — que deu aula de futebol ao filho do Ancelotti, até então rei do chuveirinho porque está limitado a isso pelo elenco que possuí. Diniz mostrou seu potencial tirou leite de pedra para trazer esse Vasco até a semifinal da Copa do Brasil.

Ao Botafogo, cabe lutar por uma vaga na libertadores do ano que vem via Brasileirão. Em tese, até agora, sequer tem lugar garantido na Copa do Brasil do ano que vem.

Ficha técnica

BOTAFOGO 1 x 1 VASCO

(nos pênaltis, Vasco 5 x 3 Botafogo)
  • Data e horário: 11 de setembro de 2025, às 21h30 (de Brasília)
  • Competição: volta das quartas de final da Copa do Brasil
  • Local: Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
  • Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima
  • Assistentes: Guilherme Dias Camilo e Alex Ang Ribeiro
  • VAR: Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro
  • Público: 40.649
  • Cartões amarelos: Fernando Diniz (VAS)
  • Cartões vermelhos: nenhum
  • Gols: Nuno Moreira (VAS), aos 20 min do 1º tempo; Alex Telles (BOT), aos 42 min do 1º tempo

BOTAFOGO: Neto; Mateo Ponte (Vitinho), Kaio Pantaleão, Alexander Barboza e Alex Telles; Newton, Marlon Freitas e Santi Rodríguez (Matheus Martins); Jeffinho (Artur) (Chris Ramos), Joaquín Correa (Savarino) e Arthur Cabral | Técnico – Davide Ancelotti

VASCO: Léo Jardim; Paulo Henrique, Hugo Moura, Lucas Freitas e Piton (Pumita Rodríguez); Barros, Tchê Tchê (Mateus Carvalho) (Robert Renan) e Philippe Coutinho (Matheus França); Nuno Moreira (David), Rayan e Vegetti |  Técnico – Fernando Diniz

Você também pode gostar!

Deixe uma resposta

Mais emEsportes