A Copa do Mundo de 2030, ano do centenário do Mundial, será disputada no Uruguai, na Argentina, no Paraguai, no Marrocos, na Espanha e em Portugal.
Não, o autor deste texto não ficou louco, nem confundiu países que disputarão as eliminatórias com as sedes. Quem parece ter ficado definitivamente enlouquecida foi a Fifa, ao designar seis países como anfitriões daquele que já foi o maior evento do futebol mundial. A alegação? Enquanto o mundo briga e não se entende, o futebol une. Será?
A decisão foi anunciada nesta quarta-feira inicialmente pelo presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Dominguez, sendo confirmada pelo suíço Gianni Infantino, presidente da Fifa. Na realidade, aconteceu um grande acordo (tipo, o Centrão do futebol atuou): os países da América do Sul retiraram suas candidaturas, deixando apenas a afro-europeia competindo. Daí a decisão “democrática” de se realizarem três partidas inaugurais em nosso continente e todo o restante da Copa do Mundo na Espanha (que já foi sede, em 1982), Portugal e Marrocos (que há anos tenta receber um Mundial, sem sucesso).
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O que ninguém explicou foi porque o Chile, que fazia parte originalmente da candidatura sul-americana, foi excluído. O Uruguai tem toda a razão em estar presente, afinal, foi lá, em 1930, que aconteceu o primeiro Mundial. A Argentina foi de aba porque o pequenino território uruguaio não comportaria 48 seleções (e aqui cabe a análise que o Qatar, em 2022, pequenino, também, fez uma Copa sozinho). E o Paraguai? Bem, o Paraguai certamente entrou por ser o país do presidente da Conmebol – azar do Chile por não ter padrinho…
Além do Chile, outros países podem entrar na lista de insatisfeitos, afinal de contas, há menos de um mês a Fifa anunciara que só definiria onde seria a Copa de 2030 em dezembro de 2024. Grécia, Egito e Arábia Saudita trabalham para a honraria – como cala-boca, a Fifa talvez anuncie, em breve, que 2034 será por lá, o que sem dúvida alguma desapontaria principalmente os árabes, que vêm investindo pesado no futebol justamente para receber, o mais rápido possível, um Mundial.
Os seis países que receberão os jogos estão previamente classificados. Com isso, a eliminatória sul-americana, com sete países, classificará apenas três “para o resto da Copa” – uma proporção bem razoável, mas mais apertada do que para a Copa de 2026, que será nos Estados Unidos, México e Canadá, quando se classificarão seis países diretamente e haverá mais um brigando numa repescagem. Mesmo assim, e sem Argentina e Uruguai, é quase impossível que o Brasil fique de fora.