União de Maricá enfrenta chuva com “sorriso aberto” na Sapucaí | Vinicius Lima/União de Maricá
Em mais uma noite de ensaios técnicos no Sambódromo, a União de Maricá, estreante na Série Ouro, chegou pisando forte na Sapucaí neste sábado (13). Apesar da chuva intensa, a agremiação se apresentou pela primeira vez, no maior palco do samba do mundo, como se já tivesse uma antiga intimidade com a passarela. Infelizmente, por conta da chuva forte que há mais de 24 horas caía na capital e Leste Fluminense, o impecável desfile teve público muito pequeno nas arquibancadas e frisas.
União de Maricá enfrenta chuva com “sorriso aberto” na Sapucaí | Vinicius Lima/União de Maricá
Para quem já vem acompanhando os ensaios de rua que a União de Maricá vem realizando, não houve nenhuma surpresa. Aliás, um dia antes, na sexta-feira (12), a escola também ensaiou debaixo de chuva. Logo, o excepcional desempenho – em todos os quesitos – revelou que a estreante brigará pelo campeonato. Ainda mais que isso não representaria nenhuma novidade para as escolas de samba do Leste Fluminense. Tanto a Viradouro, em 1990, bem como a Porto da Pedra, em 1995, realizaram trabalho semelhante e subiram de forma imediata para o Grupo Especial.
“Sorriso Aberto”
Neste carnaval de 2024, o enredo “O Esperançar do Poeta”, da autoria de André Rodrigues, Igor Trindade, João Vítor Silveira e Kamila Maria, homenageia o compositor Guará.
Guaracy Sant’anna –o Guará – se trata de um cantor e compositor carioca, que morreu aos 33 anos, assassinado a tiros, em 1988. Contudo, suas músicas, como “Sorriso Aberto” e “Viola em Bandoleira” – grandes clássicos do samba – continuam a emocionar e inspirar pessoas de todo o Brasil.
O bom samba foi cantado com muita força pela comunidade. Por vezes, se sobrepôs ao volume do carro de som – tão criticado na semana passada pela Mocidade Independente de Padre Miguel. Não havia um componente sequer da União de Maricá que não estivesse cantando – de ponta a ponta. Falando em carro de som, há de se elogiar o desempenho de Nino do Milênio e Matheus Gaúcho, dupla de puxadores da União de Maricá.
Nino do Milênio | Vinicius Lima/União de Maricá
Desafio
Mesmo com a pista molhada, Maricá mostrou estar preparada para este tipo de intempérie no desfile oficial. Apesar de isso sempre representar um desafio ainda maior para apresentações de passistas, comissão de frente e casal de mestre-sala e porta-bandeira – os experientes Fabrício Pires e Giovanna Justo –, a alegria venceu a chuva. Todos se apresentaram de forma impecável.
Fabrício Pires e Giovanna Justo | Vinicius Lima/União de Maricá
Igualmente, a chuva também prejudica a bateria. Todavia, o mestre Paulinho Steves mostrou que instrumentos e ritmistas estavam preparados para uma apresentação chuvosa, em perfeita afinação e cadência.
União de Maricá enfrenta chuva com “sorriso aberto” na Sapucaí | Vinicius Lima/União de Maricá
Várias alas coreografadas em perfeita sincronia também revelaram que podemos esperar muitas performances no desfile. Geralmente, isso cria momentos de interatividade com o público, levantando a passarela. A evolução, perfeita, deixou clara a existência de grande entrosamento da comunidade entre canto e samba.
Em suma, todos estes elementos positivos, associados a um forte investimento no carnaval que deve chegar a R$ 10 milhões de Reais – R$ 8 milhões somente da prefeitura da cidade – não restam dúvidas de que Maricá disputará com força avassaladora o acesso para o Grupo Especial.
A União de Maricá será a sexta escola a desfilar, na sexta-feira (12) de carnaval.
