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Uma história linda para celebrar o Dia do Amigo

Uma história linda para celebrar o Dia do Amigo

Uma história linda para celebrar o Dia do Amigo | Reprodução

Em Canção da América, música imortalizada na voz do cantor e compositor Milton Nascimento, numa estrofe, ele destaca que “amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito”, uma referência poética ao coração. Porém, para celebrar o Dia do Amigo, comemorado em 20 de julho, vamos conhecer duas histórias em que outro órgão do corpo humano selou uma grande amizade.

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Trata-se de Adélia Maria Mariano Siquera, de 36 anos, que doou um rim ao amigo Sidney dos Santos Gomes, de 56 anos, que sofria, há quase três anos, com Doença Renal Crônica (DRC), com risco de evoluir para o estágio de falência renal funcional. E Érika Justino, 35 anos, que também doou um rim para a amiga Michele Silva de Oliveira, 45 anos, que convivia há cinco anos com síndrome nefrótica e apenas 30% da capacidade renal.

Esse ato entre amigos é chamado doação entre vivos de pessoas não aparentadas, ou seja, que não possuem laços consanguíneos. Por lei, pessoas de uma mesma família podem fazer esse tipo de doação – parentes até quarto grau ou cônjuges. Já as pessoas sem parentesco precisam da expedição de um alvará de autorização judicial.

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O dr. Alan Castro, nefrologista e médico transplantador do Complexo Hospital de Niterói (CHN), da Dasa, hospital onde Adélia e Sidney realizaram o transplante, destaca que, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, a sobrevida do receptor é maior em cinco anos quando o transplante é realizado com doador vivo em vez de doador falecido.

“Essa diferença se deve à melhor qualidade do órgão a ser implantado. Entretanto, apesar do benefício, a taxa de transplantes por milhão de população (pmp) é bem baixa quando comparada com a do doador falecido. Em 2023, por exemplo, as taxas no Brasil foram de 18,65 pmp para doador falecido enquanto, para doador vivo, foram de 4,78 pmp”, enfatiza Castro.

Segundo Pedro Tulio Rocha, nefrologista e coordenador de Transplante Renal do Hospital São Lucas Copacabana, também da Dasa, onde aconteceu a cirurgia de Michele e Érika, o transplante renal é a melhor alternativa de tratamento para casos graves, sendo capaz de devolver a qualidade de vida ao paciente.

“A doença renal crônica evolui progressivamente, levando à falência dos rins, e só mesmo a substituição dos órgãos seria capaz de solucionar a questão”, explica o médico.

“Por quase três anos, sofri com esse distúrbio, que me privou de muitas atividades e me levou a fazer hemodiálise para viver. Mas, hoje, depois do transplante, que pude realizar por intermédio da generosidade de minha amiga (Adélia) de mais de 10 anos, tenho qualidade de vida, estou muitíssimo bem, graças a Deus, e sou outra pessoa”, comemora Sidney.

“Considero o que ela (Érika) fez por mim um ato de amor mesmo. Às vezes, as pessoas colocam tantos empecilhos para qualquer gesto de generosidade, pensando que doação é só algo material, mas, na verdade, não é. Você pode doar sangue, órgãos, e isso tudo é amor”, declara, feliz, Michele.

 

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