Pela primeira vez na história o Chile recebe os Jogos Pan-Americanos. Para ser bem preciso, sua capital, Santiago, é a sede da competição que reúne todos os 41 países das Américas do Norte, Central, Caribe e do Sul. Ou melhor: 40, porque temos uma delegação de atletas independentes no lugar da Guatemala, com problemas com a PanAm Sports (antiga Odepa, Organización Deportiva Panamericana).
Para os brasileiros que gostam de esportes, está muito difícil acompanhar o que acontece em Santiago. Não temos transmissão em tevê aberta, nem no pay per view. O Comitê Olímpico do Brasil mostra a competição em quatro canais no youtube. Também se pode acompanhar pela Cazé TV, que mostrou a Copa do Mundo feminina há poucos meses. Muito pouco e difícil para quem não está acostumado com as chamadas novas tecnologias.
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Qual a razão desta situação? Bem, pedindo anonimato, um dirigente da PanAm Sports falou que as negociações comerciais para a transmissão não chegaram a bom termo porque “a antiga emissora pagou muito bem pelas competições anteriores e ninguém quis igualar agora”. Em bom português, a Record, que transmitiu Lima, em 2019, teria inflacionado o valor e, agora, nem a Globo, nem a Bandeirantes, quiseram ao menos igualar.
Os jornais, cada vez menores e com menor espaço para o Esporte, também decidiram economizar. E o tratamento dado ao Pan-Americano é de dar pena. Nesta sexta-feira completamos uma semana de disputas, o Brasil não está mal, mas pouco se falou das conquistas de Rayssa Leal no skate; de Rebeca Andrade, Flávia Saraiva e Artur Nory na ginástica; dos feitos do boxe (chegou a nove finais) e da natação. Uma pena.