Fogueira cigana abre o desfile da Imperatriz – Foto – Folha do Leste
Esteve na Sapucaí ou acompanhou a primeira noite de desfiles pela televisão (neste caso, devo dizer, que pena…)? Bem, então deve estar farto de ver e ouvir o que aconteceu na Passarela do Samba, não é mesmo? Mesmo assim, vamos lá…
O grande, mas bota grande nisso, destaque da noite foi a Imperatriz Leopoldinense.
A campeã de 2023 entrou no Sambódromo para lutar, mesmo, pelo bi – e na noite de domingo, não perdeu para ninguém, não. Ou melhor: o julgamento é pontual, ou seja, de repente, aconteceu alguma coisa diante de uma cabine de julgador que não foi percebida por quem estava distante e… O enredo “Com a sorte virada pra lua, segundo o testamento da cigana Esmeralda” envolveu componentes e público. Um show.
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Aliás, alguém poderia perguntar ao pessoal de Ramos o que foi feito “fora da Passarela”. Não custa lembrar que, há uns 30 anos, quando a Viradouro (que irá se apresentar na noite desta segunda-feira) falou sobre ciganos, um carro alegórico pegou fogo. Os caminhos da Imperatriz do Samba, pelo visto, estavam abertos e o sonho do bicampeonato é real. Com muitos elogios, claro, mais uma vez, ao genial carnavalesco Leandro Vieira.
Clareou e o povo sambou na rua após a Imperatriz desfilar com a sorte virada pra Lua – Foto: Folha do Leste
Outro que merece elogios é Mauro Quintaes. Com a difícil tarefa de abrir os desfiles com a Porto da Pedra, recém-retornada ao Grupo Especial, Quintaes trouxe o Tigre de São Gonçalo com o tema “Lunário Perpétuo: a profética do saber popular”. A vermelho-e-branco fazia um desfile para lá de competitivo, parecendo espantar o risco de rebaixamento até que seu último carro teve problemas para entrar na Avenida. Uma pena.
Como os novos tempos dos desfiles praticamente exigem “engajamento” e “posições partidárias” (não sei de onde tiram isso, mas é o que vem acontecendo), a carnavalização acaba perdendo terreno para o politicamente correto. Mesmo assim, não há como deixar de elogiar a belíssima plástica do Salgueiro com seu “Hutukara”. O samba, que prometia muito, acabou não rendendo tanto assim. A escola, porém, tem grandes de voltar nas campeãs.
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Voltar nas campeãs… Como se sabe, são apenas seis vagas. E o equilíbrio dos competidores faz prever disputa décimo a décimo pelas posições – lembrando que nesta segunda-feira desfilarão, pela ordem, Mocidade (com seu caju), Portela (falando das negras mães), Vila Isabel (reeditando Gbalá), Mangueira (falando de Alcione), Tuiuti (exaltando o Almirante Negro) e Viradouro (também falando da mulher negra).
Unidos da Tijuca (“O conto de fados”), Grande Rio (“Nosso destino é ser onça”) e Beija-Flor (“Um delírio de carnaval na Maceió de Rás Gonguila”) vão precisar torcer muito contra as escolas de segunda-feira. Fizeram desfiles equilibrados, com mais luxo aqui, menos animação ali, mas não podem contar com o retorno na apresentação do dia 17.
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Na realidade, como já foi escrito acima, certeza ninguém tem, mas se os julgadores olharam as apresentações com serenidade e sem se deixar levar pelo nome ou “peso da bandeira”… Cada uma das três citadas no parágrafo anterior teve seus pontos de destaque. Mas também o que criticar. Vamos ver o que vai dar.
Peixes, o signo da Imperatriz Leopoldinense no Zodíaco – Foto: Folha do Leste
Saindo, agora, um pouco da pista e indo para os bastidores. Se você esteve na Sapucaí e ficou depois dos setores 4 e 5, dificilmente ficou sabendo que houve um acidente sério quando o carro alegórico da Porto da Pedra bateu numa grade (a menos que tenha lido aqui, no Folha do Leste, que inclusive falou com a vítima). Não se desespere, porém: quem acompanhou pela televisão também não recebeu de pronto a informação.
A cobertura virou show, perdeu o caráter informativo e o que interessava era errar o nome da escola (acreditam?) ou aparecer mais do que o entrevistado ou o desfilante comum. Sem falar da invasão da pista durante a apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira. E tome análises enlouquecidas no fim das apresentações…
