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Tornado no Paraná é o mais devastador da história recente do Estado

Tornado no Paraná é o mais devastador da história recente do Estado | Alex Rafael Silvério / Olho Vivo Paraná

O tornado no Paraná deixou um cenário de destruição e alerta climático. Ao menos seis pessoas morreram e 773 ficaram feridas após a passagem do fenômeno, que devastou a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, na região centro-oeste do Estado, na sexta-feira (7). Com ventos estimados em 250 km/h, o tornado foi classificado como F3 na escala Fujita, uma das mais intensas já registradas no país.

Segundo o Simepar, o evento foi provocado pela combinação entre uma frente fria e um ciclone extratropical que atuava na costa do Rio Grande do Sul. As condições criaram supercélulas de tempestade, que deram origem a três tornados entre as 18h e 20h. O mais forte atingiu em cheio o município de cerca de 14 mil habitantes, destruindo 80% da área urbana.

A meteorologista Sheila Paz, do Simepar, explicou que o fenômeno se formou em um ambiente atmosférico altamente instável, com grande umidade e calor no interior do Estado.

“É um tornado extremamente violento e devastador, o pior evento de tempestade da história recente do Paraná”, afirmou.

Apesar da gravidade, a especialista lembra que tornados fazem parte da climatologia regional. O impacto, porém, foi ampliado porque o fenômeno atingiu diretamente uma cidade.

“Eles acontecem todos os anos, mas geralmente passam por áreas rurais e não deixam registros visíveis”, explicou Sheila.

Governo Federal confirmou o envio de ajuda humanitária e equipes técnicas para apoiar os trabalhos de resgate e reconstrução. Além disso, a Ação da Cidadania lançou no último sábado (8) a campanha “Emergências” para socorrer as vítimas do tornado no Paraná.

O que causou o tornado

De acordo com o Simepar, o tornado no Paraná foi resultado da interação entre uma frente fria impulsionada por um sistema de baixa pressão e o deslocamento de um ciclone extratropical em direção ao oceano. As supercélulas formadas nesse processo criaram o ambiente ideal para o surgimento dos tornados.

“O ciclone trouxe umidade e energia em excesso e, ao encontrar calor no interior do Estado, gerou as condições ideais para a formação dos sistemas”, explicou a meteorologista.

Diferença entre tornado, ciclone e furacão

Sheila destacou que esses fenômenos têm escalas e durações diferentes.

“O furacão é um sistema de centenas de quilômetros formado sobre oceanos tropicais. Já o tornado tem diâmetro de dezenas de metros e dura poucos minutos”, afirmou.

O ciclone, por outro lado, é uma área de baixa pressão que pode originar frentes frias e tempestades severas.

“O ciclone que se formou na costa do Rio Grande do Sul ajudou a organizar a frente fria, criando o ambiente propício às supercélulas”, detalhou Sheila.

Mudanças climáticas e alerta futuro

Para a meteorologista, o aumento na frequência e intensidade de eventos extremos no Sul do Brasil está ligado às mudanças climáticas.

“Esses fenômenos sempre existiram, mas hoje acontecem com mais força e são registrados com mais facilidade. Essa chavinha já virou”, afirmou.

Ela defendeu o fortalecimento dos sistemas de monitoramento e a ampliação da educação climática.

“É essencial que as pessoas saibam como agir diante de uma tempestade. Alertas precisam chegar com antecedência e a população deve entender a gravidade desses eventos para reduzir perdas humanas e materiais”, concluiu.

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