
Torcidas brasileiras fazem festa desde o voo rumo ao Mundial de Clubes nos EUA | Reprodução
Rio de Janeiro e Nova Iorque – “Nense! Nense!”
O pequeno Miguel, de apenas dois anos, vibrou ao ver um dos muitos passageiros que viajavam do Rio para Miami com uma jaqueta do tricolor. Não haveria problema algum se ele não estivesse no colo da mãe, Regina, totalmente uniformizada de… Flamengo. O pai, Carlos Eduardo, porém, abriu um sorriso. “Ela é Flamengo; eu sou tricolor… Ela tenta, mas o garoto sempre que vê as cores do Flusão se anima”, festejou o pai coruja, enquanto a mãe fazia cara de não concordar.
Miguel, Regina e Carlos Eduardo eram apenas alguns dos muitos passageiros do voo, completamente lotado, que deixou o Galeão na noite de quinta-feira rumo aos Estados Unidos para acompanhar a Copa do Mundo de Clubes, que contará com a presença de quatro times brasileiros: Fluminense, Palmeiras, Botafogo e Flamengo. Detalhe: por mensagens trocadas, soube-se que naquele instante, outro voo deixava Guarulhos repleto de torcedores brasileiros.
O voo carioca, claro, era dominado por tricolores e flamenguistas. De São Paulo, chegou uma enorme leva de palmeirenses e torcedores do Boca Juniors. A imigração de Miami experimentou uma overdose de futebol na manhã da sexta-feira 13. Um detalhe importante merece ser citado: muitas mulheres, uniformizadas; e crianças. Que não se importavam com o frio que fazia no avião e, orgulhosos, exibiam as camisas de seus times.
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Os nomes citados nesta reportagem não são reais.
E por uma razão muito simples: vários dos envolvidos, oficialmente, estão no Brasil trabalhando de home office. Como o jornalista André, que na quarta-feira esteve em Brasília e viajou para ver seu Botafogo e “rever o filho, que mora em Los Angeles”. Para o chefe, estará envolvido na apuração de uma matéria sobre a política nacional. Ah… O outro filho, que mora em São Paulo, encontrou com ele na imigração nos Estados Unidos.
O nome parecido, Copa do Mundo, parece mesmo ter mexido com os brasileiros. Até agora, a convivência tem sido pacífica, sem qualquer tipo de hostilidade. Circulando por Nova Iorque, torcedores com a camisa do Palmeiras confraternizam com tricolores e, até, eventualmente com rubro-negros (estes menos). De vez em quando aparece um egípcio, do Al Ahly, para juntar-se à festa do futebol mundial.
Pena que, para os donos da casa, a Copa do Mundo ainda não faça eco. Talvez por competir com a final da NBA, a liga profissional masculina de basquete. Mais certamente, porém, é pelo desinteresse, mesmo. Espera-se que até 2026, quando haverá a Copa do Mundo de seleções, os norte-americanos se envolvam mais com o futebol, ou soccer, como eles chamam. Será uma pena ver os estádios vazios, como deverá acontecer este ano.