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Local onde funcionará o centro de acolhimento | Reprodução
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) inaugura no próximo dia 8 de dezembro, Dia da Justiça, o Centro de Atendimento Integrado às Pessoas em Situação de Rua. O espaço fica na Rua Senador Pompeu s/n (antigo Restaurante Popular da Central do Brasil). E consiste em uma parceria do TJRJ juntamente com diversos órgãos públicos e filantrópicos.
O objetivo do Centro é, sobretudo, ampliar o acesso da população de rua aos serviços públicos, especialmente à Justiça, de maneira a promover a reinserção social e o pleno exercício da cidadania. Em suma, a ideia consiste em oferecer um atendimento acolhedor, humano e desburocratizado.
Pouco depois de visitar as obras do espaço, na tarde de quinta-feira (26/10), o presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, destacou que o Centro é uma iniciativa pioneira no Brasil.
“Desde que assumi a presidência do TJ, tinha em mente que o tribunal não pode somente julgar. O TJ do Rio tem responsabilidade social. Este é um projeto pioneiro que, tomara Deus, vai ser exemplo e se espalhar Brasil afora”, afirmou Cardozo.
Da mesma forma, o ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, também participou da visita. Acima de tudo, destacou que o Centro atende a uma resolução do CNJ que recomenda aos tribunais que adotem medidas pragmáticas para o acesso à Justiça da pessoa em situação de rua.
“Esse Centro de Atendimento, ancorado pelo TJ do Rio, prestará serviços para uma população que é necessitada e invisível, excluída pela sociedade. É o primeiro tribunal a dar esse passo marcante no sentido de resgatar a cidadania e a dignidade das pessoas em situação de rua. Estou encantado com o espaço”, declarou Salomão.
O Centro oferecerá uma ampla gama de serviços, incluindo:
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Emissão de documentos, como carteira de identidade, CPF e título de eleitor;
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Acesso à Justiça, por meio de atendimento jurídico e orientação sobre direitos;
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Auxílio social, como encaminhamento para serviços de saúde, assistência social e emprego;
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Acolhimento, com espaço para descanso e alimentação.
Além do TJRJ, participarão da prestação de serviços:
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Tribunais Regional do Trabalho, Federal e Eleitoral
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Comando Militar do Leste
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Ministérios Públicos Federal, e Estadual
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OAB
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Defensoria Pública
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Detran-RJ
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Receita Federal
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Instituto Nacional de Seguridade Social
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Fundação Leão XIII
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Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen)
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Governo do Estado
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Prefeitura do Rio
A reconciliação entre a população excluída e seus direitos
A inauguração do Centro de Atendimento à População de Rua é um importante passo do Poder Judiciário em direção à reconciliação entre a população excluída e seus direitos mais básicos relacionados à dignidade da pessoa humana.
Assim sendo, ao oferecer um atendimento acolhedor, humano e desburocratizado, o Centro busca garantir que as pessoas em situação de rua tenham acesso aos serviços públicos de que necessitam para reconstruir suas vidas e reinserir-se na sociedade.
Em síntese, a iniciativa do TJRJ é um exemplo a ser seguido por outros tribunais brasileiros. Em suma, trata-se um sinal de que o Poder Judiciário está comprometido com a promoção da justiça social. Tanto quanto na defesa dos direitos humanos de todos, independentemente de sua condição social.
Estatísticas sobre pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro
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Número de moradores de rua no Rio aumentou, ao passo que dependentes químicos correspondem a % 15,6 | Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
- Quantidade: 7.865 pessoas em situação de rua, um aumento de 8,2% em relação a 2020.
- Perfil:
- 82% são homens.
- 84% são pretos ou pardos.
- 64% possuem o ensino fundamental incompleto.
- 11% não sabem ler ou escrever.
- A maioria tem entre 31 e 49 anos.
- Dependência química: 1.227 pessoas (15,6%) enfrentam a dependência química, um aumento de 3,1% em relação a 2020.