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Aulas suspensas e ônibus desviados após operação no Complexo da Pedreira

Agente do 41º BPM em operação no Complexo da Pedreira

Policiais do 41º BPM atuam com apoio do RECOM em operação no Complexo da Pedreira | Reprodução

Nove escolas municipais suspenderam as aulas logo nas primeiras horas da manhã, quando a cidade ainda bocejava e o cheiro de café competia com o som de tiros. O barulho dos cadernos se calou no Complexo da Pedreira, Zona Norte do Rio, onde uma operação da Polícia Militar desmontou mais um dia de normalidade.

Policiais do 41º BPM (Irajá), com apoio das tropas do RECOM, ocuparam o território em busca de suspeitos e armamento pesado. O saldo parcial: um fuzil, munições, drogas, um rádio comunicador e uma prisão. Nenhum cronograma resistiu à tensão do confronto. Nem o escolar.

Enquanto helicópteros rasgavam o céu da Pavuna, pais se revezavam em mensagens para entender se os filhos teriam aula. A resposta chegou rápida, fria e rotineira: a Secretaria Municipal de Educação confirmou que nove escolas foram afetadas. Portões fechados, sirenes desligadas e o som da infância substituído por ordens de cerco.

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Além das salas vazias, três linhas de ônibus deixaram de seguir seus caminhos. As rotas da SVB665 (Pavuna x Saens Peña), 778 (Pavuna x Cascadura) e 920 (Pavuna x Bonsucesso) foram desviadas. Uma tentativa de driblar o medo, evitar o pânico e manter os passageiros a salvo. Ou ao menos em movimento.

Segundo o Rio Ônibus, esse já é o sexto episódio só em maio com alteração de itinerário. E o mês ainda não terminou. Ao todo, 99 linhas de ônibus precisaram mudar o percurso neste intervalo. O dado mostra como o crime tem influenciado até o GPS da cidade.

O que se vê é o espiral da rotina interrompida. Um bairro sitiado. Crianças sem escola. Linhas que não chegam. Vidas reprogramadas ao som dos estampidos. Quem vive na Pedreira aprende desde cedo que o tempo ali não corre com o relógio — corre com o fôlego.

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