
Tatuagens identificam comorbidades – Foto: Divulgação
Normalmente, tatuagens são usadas como forma de expressão de cada um. No entanto, há quem tenha encontrado outra utilidade parta a arte: salvar vidas. Assim funcionam as tatuagens de segurança.
Esta semana, uma médica viralizou nas redes sociais ao relatar o dia em que uma tatuagem literalmente salvou a vida de um paciente. São muitos os casos em que vítimas de acidente ou de mal súbito ficam incapazes de responder sobre alergia a medicamentos ou presença de comorbidades, como a diabetes. E então, a tatuagem de segurança desempenha seu papel.
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As tatuagens de segurança vêm ganhando cada vez mais adeptos no que concerne à segurança de pacientes com problemas de saúde que exijam atenção. Ou seja, a arte pode literalmente salvar vidas. E mais do que desenhos que tornam o corpo humano verdadeiras telas de pintura, a tatuagem é uma arte que pode representar, além dessa segurança, acolhimento.
Com alergia severa à penicilina, Lorena Mattos, 41, conta que resolveu fazer a tatuagem de identificação da alergia, o que, para ela, foi um ato que pode literalmente salvar a sua vida.
“Aos dois anos de idade, recebi um diagnóstico de pneumonia, que na época era tratado com injeções de penicilina. Foi feito o teste com injeções no glúteo, mas tenho uma circulação muito lenta, e a alergia não foi detectada de imediato. O tratamento foi feito, então, com injeções de 12 em 12 horas, mas quando chegou a terceira dose, a minha mãe notou manchas pelo meu corpo, e comecei a expelir sangue. Eu estava em choque anafilático por conta da alergia severa
à penicilina”, relatou.

Tatuagens identificam comorbidades – Foto: Divulgação
Em seguida, Lorena indicou que outras pessoas tomem a mesma iniciativa. Em seguida, ela contou que fez a sua tatuagem de segurança numa campanha feita por um estúdio em São Gonçalo, no Leste Fluminense: o 4 Artes Tattoo.
“Acho, inclusive, que essa tattoo deveria ser recomendada a todos alérgicos porque se você estiver desacordado, facilita a vida do atendente com informações que outras pessoas podem não saber. Se desmaiar na rua por causa de uma diabetes por exemplo, tendo a tattoo em lugar visível, o primeiro socorro tem a chance de restabelecer a saúde de maneira mais rápida”, indicou.
Ações solidárias
Os sócios do estúdio, Gilson Dreadlock e Fábio Mandrak, realizam continuamente ações sociais em eventos de flash arts, quando realizam tattoo de segurança, de identificação para pessoas diabéticas ou em ocasiões especiais específicas, como o Outubro Rosa, quando realizam gratuitamente reconstrução de aréolas em mulheres vítimas de câncer de mama. Há, ainda, as ações voltadas a mães atípicas.

Tatuagens identificam comorbidades – Foto: Divulgação
Moradora do Barro Vermelho, São Gonçalo, Thais Alves, 30 anos, é mãe de Maria Luiza, 10, e de Pedro Raphael, 4, diagnosticado como autista. Thais ficou sabendo de uma ação solidária realizada pela 4 Artes Tattoo, que oferecia tatuagem grátis do símbolo do autismo para mães atípicas, e logo se interessou em participar.
“Fiz a tatuagem porque o autismo não faz só parte da vida do meu filho, mas também da minha. Saber e entender o autismo me fez amá-lo ainda mais. Então assim que soube, achei muito bacana, logo quis fazer. Hoje tudo que envolve autismo eu tento estar presente, mesmo em meio à correria. Quando veem, já perguntam ‘Você é mãe atípica?’ É importante porque sinaliza também outras pessoas e mãe atípicas”, contou.
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Quem também viu a importância de expressar no próprio corpo o símbolo do autismo foi a moradora de Vista Alegre Luciene, de 32 anos, mãe do Bernardo, de 6. A descoberta do autismo aconteceu quando o pequeno estava próximo de completar 3 anos e desde então, apesar das dificuldades, “foi muita alegria, acolhimento e descobrimentos”.
“Além de ser um ato de carinho e afeto, é uma maneira de expressar no próprio corpo essa importância do autoconhecimento”, resumiu ela, que também tem uma filha de 13 anos e faz parte do grupo TEAcolher Mães, uma ONG em São Gonçalo voltada ao apoio e acolhimento às mães atípicas.
Transtorno do Espectro Autista
O transtorno do espectro autista (TEA), é um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado por manifestações comportamentais e desenvolvimento atípicos, déficits na comunicação e na interação social. Para efeitos legais, o autismo é considerado deficiência desde 2012, com a Lei nº 12.764, de 27 de dezembro, que considera como pessoa com deficiência os indivíduos com transtornos do espectro autista.