A evolução política das mulheres em Niterói reflete um processo gradual de conquista de direitos e visibilidade, marcado por avanços importantes nas últimas décadas. Desde a fundação da cidade em 1573, a participação feminina na política foi restrita, com as mulheres limitadas a papéis secundários na sociedade. No entanto, ao longo dos 451 anos de história, a luta por igualdade de gênero e o acesso delas aos espaços políticos foram crescendo.
Em cada esquina de Niterói, em cada sala de aula, em cada discurso na Câmara Municipal e na Câmara Federal, o nome de Talíria Petroni ecoa como símbolo de resistência, transformação social e um futuro mais justo. Mulher negra, feminista e socialista que, desde a infância, pelas ruas do Fonseca, enfrentou e desafiou as estruturas de poder que historicamente marginalizam os mais pobres e as mulheres.
Talíria começou sua jornada política em um lugar onde, para muitos, a mudança parecia distante: dentro das escolas. Formada em História pela UERJ e mestre em Serviço Social e Desenvolvimento Social pela UFF, ela dedicou grande parte de sua carreira à educação, lecionando em escolas públicas da periferia, como na Maré, em São Gonçalo, e em Niterói, sua cidade natal.
Militância partidária
Em 2010, o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) foi o palco onde Petroni deu início a sua militância partidária. Em 2016, sentiu que era hora de ir além: se candidatou a vereadora em Niterói. Sua campanha foi marcada pela ousadia de propor uma cidade inclusiva, plural e, acima de tudo, justa. O resultado foi surpreendente: ela foi eleita a vereadora mais votada de Niterói, e por mais de um ano foi a única mulher na Câmara Municipal da cidade. Durante seu mandato, atuou de forma incisiva, presidindo a Comissão de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente e sendo uma das parlamentares mais jovens e propositivas da casa.
O ápice de sua ascensão política ocorreu nas eleições de 2018, quando foi eleita deputada federal. Conquistou 107.317 votos, a nona mais votada do estado do Rio de Janeiro. Mas seu trabalho não parou por aí. Em 2022, com a renovação de seu compromisso com a justiça social, ela foi reeleita para o cargo, desta vez com quase 200 mil votos. A terceira mais votada para a Câmara Federal e a mais votada de toda a esquerda do estado.
Como deputada federal, Talíria se destacou pela sua habilidade em alocar recursos para áreas essenciais, como saúde, educação, segurança pública e assistência social. Ao longo de sua trajetória, destinou mais de R$ 100 milhões para esses setores no estado do Rio de Janeiro. Deles, R$ 46 milhões especificamente para Niterói, cidade que se candidatou como prefeita este ano, ficando em terceiro lugar.
No momento Talíria ganha ainda mais voz por ser uma das grandes defensoras da PEC em favor do fim da escala 6×1.