
Foto: Reprodução
Jonathan Messias Santos da Silva, de 34 anos, preso em julho do ano passado pelo homicídio de Gabriela Anelli, torcedora palmeirense, é servidor concursado da prefeitura e tem recebido mais de R$ 20 mil dos cofres públicos desde então. O torcedor do Flamengo atuava como diretor adjunto e professor em uma escola municipal na Zona Oeste.
De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura, o salário bruto de Jonathan é de R$ 6.119,69, porém, desde sua prisão, ele tem tido um desconto mensal de 33%. Na ocasião, a Secretaria Municipal de Educação (SME) solicitou a suspensão de seu salário.
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No entanto, em outubro, três meses após sua detenção, ele recebeu R$ 7.021,01, além do salário. A SME explicou que esse valor corresponde ao acordo de resultados referente ao período trabalhado em 2022, quando o servidor ainda estava ativo.
A pasta também informou que o secretário Renan Ferreirinha já se manifestou contra o pagamento do salário ao servidor preso. No entanto, não foi divulgado se está em andamento alguma sindicância que possa resultar em sua demissão.
Relembre o caso
Jonathan foi preso em julho do ano passado, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, sob a acusação de ter atirado a garrafa que resultou na morte de Gabriela Anelli, de 23 anos, torcedora palmeirense. Durante um confronto entre torcidas de Flamengo e Palmeiras, na entrada do estádio do Palmeiras, em 8 de julho, a jovem foi atingida na artéria jugular por estilhaços de uma garrafa arremessada.

Gabriela Anielli foi atingida por estilhaços da garrafa arremessada pelo flamenguista – Foto: Reprodução
A Polícia Civil de São Paulo havia prendido Leonardo Felipe Xavier Santiago em flagrante, mas ele foi solto posteriormente devido à falta de provas conclusivas, conforme alegou o promotor Rogério Leão Zagallo.
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Com a liberação de Leonardo, as investigações para identificar o responsável pelo arremesso da garrafa foram retomadas. Jonathan acabou indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por homicídio doloso na modalidade de dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
O secretário da SME, Renan Ferreirinha, já se posicionou contra o pagamento do salário ao servidor preso, mas não foi informado se estão sendo realizadas sindicâncias para apurar possíveis medidas disciplinares. A quantia recebida por Jonathan desde a sua prisão, totalizando mais de R$ 20 mil, tem gerado questionamentos sobre a necessidade de revisão dos procedimentos e das responsabilidades do poder público em relação aos servidores envolvidos em crimes graves.