Tiquinho Soares lutou em campo e no final disse que o Botafogo era mais importante que a permanência ou não de Luís Castro. Vitor Silva/Botafogo
A atmosfera para o jogo do Botafogo contra já eliminado Magallanes, na noite desta quinta-feira (29), pela Copa Sul-Americana era tensa. Isso em função de toda expectativa criada sobre a possibilidade de saída do treinador Luís Castro do Botafogo e da despedida de Joel Carli dos gramados. A torcida, que durante quase todo período em que Castro comandou a equipe contestou o seu trabalho, após dois meses de lua-de-mel, voltou à ofender o treinador.
Os jogadores demonstravam dentro de campo o mesmo nervosismo e ansiedade dos torcedores alvinegros. Jogando com uma equipe muito inferior sem nenhuma pretensão no torneio, o Botafogo abriu a contagem no primeiro tempo com um belo gol de Marlon Freitas. Até parecia o início de uma goleada. Um triste engano.
Time tenso pelo extracampo
O placar magro do primeiro tempo concorria com o jogo da LDU, em Quito, adversário direto do Botafogo na disputa do primeiro lugar no grupo A. Mas, ao que tudo indica, a classificação direta – ou não – se tornou secundária. A questão maior: a permanência ou não do treinador.
Esses acontecimentos abalaram todos os setores envolvidos no futebol alvinegro. Uma pergunta que ninguém cala, assim como o amor do torcedor. Os lances do jogo movimentado no primeiro tempo, à feição de uma goleada, para uma equipe desconcentrada e irreconhecível no segundo tempo, deixaram claro que havia muita ansiedade e apreensão.
Os jogadores até tentaram dissimular, quando indagados sobre o assunto no pós jogo. Desassociaram a postura da equipe no gramado com o jogo que acontece em paralelo fora das quatro linhas.
Expulsão tola de Marlon Freitas. Erros de passe na entrada da área. Nenhuma jogada inteligente bem construída. Enquanto a LDU já emplacava 3×0 em Quito, uma equipe à deriva dentro e fora de campo tomava um gol bobo de um time que não vence há 91 dias.
Entre o ideal e a realidade
O jogo que todos desejavam era com Castro anunciando sua decisão antes da partida e com Carli jogando (o adversário era tão ruim que ele tinha vaga sem comprometer) e, de preferência, marcando gol.
Não aconteceu nada disso. Existia a obrigação de introduzir o Carli no jogo. E também a do luso ter atuado melhor à beira do gramado. Tudo ficou na expectativa. A realidade agora é dura. Castro, que tanto está pensando nos milhões da proposta que recebera, não terá outra alternativa senão aceitá-la. Simplesmente porque não há mais ambiente para que ele permaneça no comando técnico da equipe.
Como bem disse Tiquinho Soares, ao final do jogo:
“Se ele ficar, bom. Se ele for embora, boa sorte. O mais importante é o Botafogo.”
Chega de novela. Até porque, nas novelas, o penúltimo capítulo sempre guarda as maiores emoções. Vai com Deus, Luís Castro. Sua multa rescisória vai ajudar o Botafogo a contratar alguém do teu nível técnico.
Ah, o jogo. Já dissemos: terminou 1×1. E foi só isso mesmo.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 1×1 MAGALLANES
Data e hora: 29 de junho de 2023, às 21h
Estádio: Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Bismark Santiago (COL)
Assistentes: Sebastian Vela e Richard Ortiz (COL)
VAR: Yadir Acuña (COL)
Cartões amarelos: Gustavo Sauer, Rafael, Tiquinho Soares, Adryelson (BOT), Espinoza, Zapata (MAG)
Cartão vermelho: Marlon Freitas (BOT), Espinoza (MAG)
Gol: Marlon Freitas, 18/1T (1-0), Zapata, 34/2T
BOTAFOGO: Lucas Perri; Rafael (Di Placido, intervalo), Adryelson (Joel Carli, 41/2T), Victor Cuesta e Hugo; Marlon Freitas, Tchê Tchê (Danilo Barbosa, 35/2T) e Eduardo; Gustavo Sauer (Júnior Santos, intervalo), Victor Sá (Luis Henrique, intervalo), Tiquinho Soares e Técnico: Luís Castro.
MAGALLANES: Gastón Rodriguez; Vásquez (Contreras, 35/2T), Acevedo, Berardo e Espinoza; Canales (Aránguiz, intervalo), Jorquera (Souper, 8/2T), Thomas Jones e Ivan Vásquez; Alfaro (Zapata, intervalo), Felipe Flores (Barría, intervalo) e Técnico: Mario Salas.
