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STF suspende condenação de Pezão

STF suspende condenação de Pezão

STF suspende condenação de Pezão. Com a liminar, ex-governador do Rio retoma seus direitos políticos em meio à polêmica sobre improbidade administrativa | Reprodução Valter Campanato/Agência Brasil

Em uma decisão que reverbera na política carioca, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) restaurou os direitos políticos de Luiz Fernando Pezão, ex-governador do Rio de Janeiro.

A decisão, tomada na última semana, veio através de liminar que suspende a condenação do político por atos de improbidade administrativa, levantando questões sobre a aplicação da lei e a interpretação da justiça.

Na sessão virtual do dia 25 de outubro, que selou o destino de Pezão, o relator, ministro André Mendonça, analisou a reclamação (RCL 72373) apresentada pela defesa do ex-governador.

A argumentação foi que a decisão do TJ-RJ contradizia uma liminar anterior do ministro Gilmar Mendes, que afastou a suspensão dos direitos políticos em casos de atos culposos — aqueles em que não há intenção de causar danos aos cofres públicos.

Pezão, que almejava a prefeitura de Piraí, viu a sua candidatura ameaçada pela condenação. Em um movimento ágil, o STF agiu em caráter de urgência. Foi permitido que ele continuasse a campanha, culminando em sua vitória nas eleições de 6 de outubro.

Análise da decisão

A confirmação da liminar levantou questionamentos sobre a aplicação da justiça e as interpretações legais.

O ministro Mendonça destacou que, embora a condenação tenha ocorrido antes da decisão na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6678, que estabelece novos parâmetros para a interpretação da Lei de Improbidade, o princípio da retroatividade poderia ser aplicado no caso de Pezão. Visto que a decisão definitiva sobre sua condenação só ocorreu em 2022.

A decisão do STF é um lembrete de que o cenário político é dinâmico e sujeito a reinterpretações jurídicas.

Para muitos, a reabilitação de Pezão representa uma vitória sobre a rigidez da lei em casos onde a intenção não é maliciosa. Contudo, para outros, é um sinal de que as instituições podem ser flexíveis demais em face da pressão política.

Contexto político

O Rio de Janeiro, cenário de intensas disputas políticas, viu a sua instabilidade refletida na figura de Luiz Fernando Pezão.

O ex-governador, que enfrentou uma condenação de cinco anos de suspensão dos direitos políticos por irregularidades na gestão da saúde, agora ressurge no jogo político.

A condenação, imposta pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) em 2019, parecia colocar um ponto final na sua trajetória. Contudo, o STF decidiu que a interpretação da Lei de Improbidade Administrativa poderia ser revista.

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