O soldado Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, foi preso nesta quinta-feira (05) por jogar um entregador de uma ponte na Zona Sul de São Paulo. A ação, capturada em vídeo, ganhou grande repercussão nas redes sociais.
+ LEIA TAMBÉM: ►Bandidos disfarçados de ‘Papai Noel’ invadem e furtam loja de eletrônicos – Vídeo
O policial está detido na sede da Corregedoria da Polícia Militar e, após exames médicos no IML, será transferido para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista.
Ação Capturada em Vídeo
A gravação mostra o momento em que agentes abordam um motociclista. Enquanto dois policiais se aproximam e outro levanta a motocicleta caída, um quarto policial, identificado como Luan, segura a vítima pela camiseta e a lança no córrego abaixo. A queda, de aproximadamente três metros, deixou o jovem, Marcelo Amaral, de 25 anos, com ferimentos no rosto.
Segundo familiares, Marcelo foi socorrido por moradores de rua que estavam sob a ponte e encaminhado ao hospital. Já em casa, ele está em recuperação.
Histórico do Policial e Investigações
Luan já havia sido acusado pela morte de um suspeito em 2023, após disparar 12 tiros em uma perseguição. O caso foi arquivado no início deste ano. A Corregedoria solicitou a prisão do soldado após a circulação do vídeo, e outros 12 policiais envolvidos na operação foram afastados de suas funções.
O incidente ocorreu na madrugada da última segunda-feira (02), mas ganhou atenção pública após a divulgação do vídeo na terça-feira (03).
A Polícia Militar informou que a ação será investigada por um Inquérito Policial Militar (IPM), e imagens captadas pelas câmeras corporais dos agentes estão sendo analisadas.
Depoimentos e Reações
Testemunhas afirmam que a polícia estava no local para dispersar um baile funk. Uma delas relatou que viu os policiais abordando Marcelo após ele cair com sua moto.
“Dois policiais estavam parados, esperando para abordar. Quando ele virou e caiu com a moto, os policiais vieram para cima dele”, contou.
+ MAIS NOTÍCIAS DO BRASIL? CLIQUE AQUI
O pai de Marcelo, Antônio Donizete do Amaral, cobrou explicações e classificou o ato como “inadmissível”. Ele reforçou que o filho não possui envolvimento com crimes e que é um trabalhador dedicado.
Declarações Oficiais
O governador Tarcísio de Freitas chamou a atitude de “absurda” e prometeu punição rigorosa.
“Quem comete atos como esse não está à altura de vestir essa farda”, declarou.
+ LEIA TAMBÉM: ►Protesto marca a transferência de gestão de hospitais federais para o município do Rio
Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública, afirmou que os envolvidos enfrentarão punições severas.
O procurador-geral de Justiça do Estado, Paulo Sergio de Oliveira e Costa, considerou as imagens “estarrecedoras” e solicitou empenho máximo do Ministério Público para garantir a responsabilização dos culpados.
Contexto da Letalidade Policial
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cassio Araújo de Freitas, afirmou nunca ter visto uma ação semelhante em mais de 30 anos de carreira.
Apesar de considerar o erro como pontual, ele reconheceu que falhas ocorrem em uma instituição com 90 mil agentes.
“Embora tenha visibilidade, por ser chocante, não é um problema sistêmico”, argumentou.
+ LEIA TAMBÉM: ►Fluminense x Cuiabá: Informações, escalações, onde assistir
A Polícia Militar reforçou, em nota, que não tolera condutas antiprofissionais e que “anos de legado não podem ser manchados por atitudes irresponsáveis”.
A corporação destacou o compromisso em apurar os fatos e preservar a confiança da população.