
Mundial de Clubes testa sistema antifraude com IA para evitar manipulação | Lucas Merçon/Fluminense
Enquanto os olhos estão no campo, a Fifa vigia outro placar: o das apostas. Durante o Mundial de Clubes, a entidade colocou em ação um sofisticado sistema antifraude no futebol, com foco total na integridade da competição.
A missão é clara: impedir que o mercado de apostas influencie qualquer resultado.
A tecnologia é da Sportradar, empresa suíça líder em análise de dados esportivos. Batizada de UFDS (Universal Fraud Detection System), a ferramenta combina inteligência artificial com análise humana e acompanha as partidas em tempo real, rastreando odds, horários e comportamento de apostadores.
São mais de 30 bilhões de alterações de odds analisadas por ano. A ferramenta lê mais de 3.500 dados por segundo e usa mais de 100 variáveis por jogo para prever qualquer anomalia. Quando encontra algo fora do padrão, um alerta é emitido para os analistas. Se necessário, a partida entra na lista de “suspeitas”.
Os dados chegam de mais de 600 operadores e 120 casas de apostas parceiras. Tudo é sigiloso, mas eficiente. A informação, quando crítica, é compartilhada com a Força-Tarefa de Integridade da Fifa, um grupo que inclui entidades globais especializadas em combater fraudes esportivas.
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Esse mesmo grupo se reuniu em Miami, semanas antes do torneio, para alinhar as ações do Mundial. O campeonato é tratado como um laboratório de dados para a Copa do Mundo de 2026, que terá ainda mais apostas e atenção global.
No Brasil, a Sportradar também atua. É parceira da CBF e de 17 federações estaduais, com um escopo de mais de 10 mil partidas monitoradas por temporada. O resultado? Redução de quase 50% no número de jogos suspeitos.
Com tecnologia de ponta, o futebol tenta manter o que acontece em campo livre da interferência de algoritmos e esquemas paralelos. Pelo menos, essa é a meta.