Especialistas em saúde advertem sobre a epidemia de sedentarismo no Brasil
A preocupante falta ou redução de atividades físicas, característica do sedentarismo, está em foco no Brasil.
De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2020, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase metade da população com mais de 18 anos leva uma vida sedentária.
Esse número alarmante tem levantado sérias preocupações entre especialistas em saúde em todo o país.
Mesmo para aqueles que se consideram ativos, a prática ocasional de atividade física não é suficiente para evitar o risco do sedentarismo.
Especialistas de diversas áreas destacam a importância de incorporar a atividade física regular e adequada às necessidades do organismo como uma medida crucial para a saúde.
Neste artigo, vamos explorar as advertências dos especialistas e entender por que a prática regular de atividades físicas é essencial para prevenir o sedentarismo e promover uma vida saudável.
Obrigada pelos esclarecimentos e vamos lá pessoal!
Problemas na coluna:
O Dr. Guilherme Rossoni, neurocirurgião especialista no tratamento de doenças da coluna e dor crônica afirma que, um dos principais vilões para patologias na coluna, está o sedentarismo:
Grande parte dos problemas na coluna têm como fatores de risco o sedentarismo. A falta de atividades físicas regulares acaba enfraquecendo a musculatura de sustentação da coluna, tornando a região mais suscetível a dores nas costas, doenças como hérnia de disco, bico de papagaio, dor ciática, abaulamento discal, espondiolistese, escoliose, entre outras patologias que atingem a coluna. É fundamental que pratique atividades físicas com acompanhamento de um profissional para evitar o sobrepeso e sedentarismo
Problemas cardiovasculares:
“O sedentarismo, essa decisão, muitas vezes inconsciente, de permanecer inerte, tem consequências diretas sobre a saúde cardiovascular. As artérias podem tornar-se menos elásticas e mais propensas a obstruções, o que pode levar a doenças como angina e infarto. A pressão arterial pode aumentar, colocando um estresse adicional sobre o coração e os vasos sanguíneos. O perfil lipídico no sangue pode se alterar, aumentando os níveis de LDL e reduzindo o HDL, um cenário propício para o desenvolvimento de aterosclerose. Além disso, o risco de arritmias cardíacas e insuficiência cardíaca também podem ser potencializados.
Afirma a cardiologista Dra. Marise Gomes, mestre e PhD, especializada em cirurgia de alta complexidade.
Alimentação:
Para o nutricionista Gustavo Fogaça, especialista em nutrição esportiva e clínica, o sedentarismo tem consequências profundas na saúde, especialmente quando associado à má alimentação:
“Para promover saúde ao organismo é essencial incorporar bons hábitos alimentares: Incorporar Alimentos Integrais como frutas, verduras e legumes. Além disso, proteínas magras como frango, peixe e ovos podem fornecer nutrientes para fortalecer nossa estrutura como nossos músculos e tecidos. É importantíssimo também ter uma boa hidratação para manter o equilíbrio hídrico e facilitar processos metabólicos e não deixar de ter refeições balanceadas evitando espaços muito grandes entre elas e optando por porções equilibradas para manter um metabolismo ativo.
E não podemos esquecer de manter uma variedade de alimentos para garantir todos os nutrientes que são essenciais para o bom funcionamento do organismo e capacitar nosso corpo a realizar exercícios físicos e atividades do nosso dia a dia. Não deixe de consultar profissionais habilitados que possam orientá-lo qual a melhor forma de equilibrar sua alimentação, evitando assim o sedentarismo.
Hormônios e metabolismo:
A endocrinologista Dra. Carolina Mantelli, reforça a necessidade de levar uma vida ativa para prevenir algumas doenças neurológicas e autoimunes, como esclerose múltipla, AVC e Alzheimer:
“Alguns problemas causados pelo sedentarismo são: diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, qualidade de sono ruim, problema nos ossos, saúde mental prejudicada etc. Além disso, com a prática de exercícios físicos liberamos hormônios tais como: endorfina, dopamina, serotonina, adrenalina, irisina entre outros.
Saúde dos idosos:
Ainda de acordo com a PNS, a pesquisa realizada afirma que 59,7% da população sedentária no Brasil, são pessoas com mais de 60 anos.
A Dra Jaqueline Mariani Papaiordanou, Geriatra do Hospital São Luiz Itaim, reforça a importância das atividades físicas para os idosos:
“Com o envelhecimento a perda de massa muscular e diminuição de força são significativas e neste quesito os benefícios da atividade física são visíveis. Eles vão desde a melhora do desempenho do paciente até menores riscos de doenças físicas e mentais.
Diversos estudos ao longo dos anos vêm demonstrando que a atividade física nos idosos está associada a inúmeros benefícios como, menores riscos cardiovasculares e de doenças crônicas, melhora da marcha evitando quedas e fraturas, e com isso mantendo a independência do idoso, ainda é possível notar melhora na qualidade do sono, menor uso de medicamentos e menores índices de depressão e ansiedade no paciente ativo.
Bem como o sedentarismo na população geriátrica tem maior associação a dores crônicas, mais hospitalizações, e maior incidência de quadros demenciais.
O papel das atividades físicas na prevenção e auxílio de doenças:
De acordo com a educadora física, Talita Germano, a prática de atividades físicas auxilia a saúde física e mental:
“Vivemos em um mundo cada vez mais tecnológico e as atividades cotidianas acabam sendo facilitadas muitas vezes por um “clique”. Esta diminuição da atividade cotidiana e a falta de tempo para cuidarmos da nossa saúde acabam influenciando negativamente no enfraquecimento dos músculos, tendões, ligamentos e ossos. Tudo que fica fraco tem maior probabilidade de ficar doente.
Por isso, uma atividade física regular, se possível um pouquinho todos os dias ou, se for o caso, mais de 2x por semana, acaba fortalecendo desde nosso sistema imunológico, auxílio na melhora da circulação sanguínea, níveis de colesterol e nos ajuda a ter um dia mais produtivo.
Já imaginou que o simples fato de aprender e treinar um agachamento melhoraria sua postura e te auxiliaria a pegar um objeto pesado do chão sem se lesionar? Ou, até mesmo, manter uma postura correta em frente ao computador com menos dores no pescoço e lombar?
A atividade física pode sim ajudar a prevenir lesões e doenças, melhorar o sono, diminuir o stress, mas também pode auxiliar na recuperação e estar presente em diversos protocolos de reabilitação
Espero que após tantas dicas e puxões de orelha dos especialistas, todos saiam da inércia e cuidem da sua saúde.
Mexa-se!
Por hoje é só, até a próxima, beijo e tchaaau!!
Imagens: Canva