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Sede que Mata: O clamor silencioso por água sob o sol escaldante do Rio

Morador de rua busca água sob calor extremo no Rio

Sede que Mata: O clamor silencioso por água sob o sol escaldante do Rio | Reprodução

​Enquanto os termômetros flertam com mais de 41°C, ao longo dos últimos dias, a solidariedade se torna o único refúgio para quem não tem onde se esconder do calor extremo.

O asfalto carioca não está apenas quente; ele está hostil. Na última semana, o estado do Rio de Janeiro mergulhou em uma onda de calor sufocante que elevou o protocolo da capital para o Nível 3, quando os índices de calor superam a marca dos 40°C, por dias consecutivos.

Mas, enquanto para muitos o alívio vem no apertar de um botão de ar-condicionado e abrir uma geladeira com água limpa e gelada, para milhares de moradores de rua e animais abandonados, a luta é pela sobrevivência básica.

Hora de ajudar com um copo d’água

​A crise climática que castiga o estado já mostra seus efeitos mais cruéis nos hospitais. Apenas entre os dias 23 e 24 de dezembro, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, registrou mais de 900 atendimentos de emergência, diretamente relacionados ao calor.

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro informou que 20 municípios fluminenses estão em alerta de calor severo ou extremo. O perfil das ocorrências é alarmante: tonturas, desmaios, quadros graves de desidratação, queimaduras e estresse térmico. Se para quem tem acesso a abrigo os riscos são altos, para quem vive ao relento, o perigo é exponencial.

O invisível e o esquecido

​Para um morador em situação de rua, a água não é apenas uma necessidade biológica; é a diferença entre a vida e o colapso. Sem pontos de hidratação públicos suficientes, muitos dependem da caridade de passantes para não engrossarem as estatísticas de internação.

​O mesmo drama aflige os animais. Cães e gatos, que possuem uma temperatura corporal naturalmente mais elevada que a humana, sofrem silenciosamente com a hipertermia. Sem glândulas sudoríparas como as nossas, eles dependem da respiração e da ingestão de água fresca para regular o calor. Um pote de água na calçada pode, literalmente, salvar uma vida de quatro patas que, exausta, já não consegue mais caminhar sob o sol.

Pequenos atos, grandes impactos

​A saúde pública alerta: o calor extremo pode causar desde queimaduras graves até acidentes vasculares cerebrais (AVC) devido ao espessamento do sangue pela desidratação. Diante desse cenário, a empatia precisa ser prática, algumas dicas emergenciais:

* Ofereça garrafas e copos de água mineral para pessoas em situação de rua. Muitas vezes, a exaustão impede que elas busquem ajuda. E mesmo para os profissionais urbanos de segurança, entrega, limpeza e manutenção, em geral.

* ​Coloque vasilhas e potes com água limpa e fresca, em locais sombreados, na frente da sua casa, prédio, condomínio ou comércio, para os animais de rua.

* Troque a água dos pets com frequência e acrescente cubos de gelo​, pois o líquido esquenta rapidamente em recipientes expostos.

​O Rio de Janeiro é conhecido por sua beleza solar, mas este sol, hoje, castiga os mais vulneráveis. Em uma semana onde o termômetro não dá trégua, que a nossa humanidade seja o refresco necessário. Inclusão é Notícia. E o sofrimento alheio, com o calor, não pode ser negligenciado.

Iniciativas como a criação de “pias do bem” e pontos de hidratação, em cidades como o Rio de Janeiro, São Gonçalo e Niterói, mostram como a comunidade e o poder público podem se mobilizar para ajudar.

​Se você vir alguém passando mal devido ao calor, os sinais incluem pele seca, confusão mental, desmaios e batimentos acelerados. Chame imediatamente o SAMU (192).

Você pode fazer sua parte agora

Falar sobre o assunto e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo também propaganda atitudes do bem. Compartilhe essa matéria nos grupos do whatsapp e divulgue a iniciativa com familiares e amigos. Água é um bem universal e precioso. Doe um copo d’ água e salve vidas.

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