Alguns nomes anunciados por Rodrigo Neves (PDT) para ocupar cargos no Poder Executivo, a partir de janeiro de 2025, vão mexer diretamente na composição da Câmara Municipal de Niterói. Dos nove nomes até então revelados para o compor o primeiro escalão do seu governo, pelo menos dois deles se tratam de vereadores eleitos para a legislatura de 2025 à 2028: Andrigo (PDT) e Leandro Portugal (MDB).
Quem entra
Para o lugar de Andrigo, o PDT tem como primeiro suplente o advogado Raphael Costa, que obteve 3.360 votos na eleição de outubro desse ano. Mas sua atuação política tem início em 2017, quando ingressou na Organização das Nações Unidas como Coordenador de Assuntos Humanitários, com destacada atuação na África e Américas. Candidato a vereador em Niterói pelo PSB nas eleições de 2020, recebe 2.328 votos. Apesar do 1º lugar no partido, a legenda não somou votos suficientes.
Após as eleições, nos dois primeiros anos de governo de Axel Grael, Raphael Costa exerceu o cargo de secretário de Direitos Humanos de Niterói. Em 2022, disputou eleição para deputado federal pelo PSB, obtendo 7.188 votos. Todavia, a derrota eleitoral lhe rendeu posterior nomeação como coordenador-geral do Ministério da Justiça e Segurança Pública, de 2023 até 2024.
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Já o espaço deixado por Leandro Portugal faz parte de negociação política de Rodrigo Neves com o MDB feita antes mesmo das eleições, pois a sigla já havia se manifestado no sentido de ocupar espaços no governo. E o primeiro alinhamento ocorre justamente para acomodação de Casota na Câmara, que não conseguiu se reeleger, com 3.042 votos.
Carlos Otávio Dias Vaz, o Casota, tem 52 anos e se candidatou pela primeira vez em 2016, pelo PSDB, na época coligado com o PSC, quando obteve 1.675 votos, 713 a menos do que Carlos Jordy, ficando na suplência dele e de Bruno Lessa.
No período eleitoral de 2018, quando Bruno Lessa se licenciou do cargo para disputar uma cadeira na Alerj, Casota tomou posse pela primeira vez como vereador. Todavia, a posse em definitivo veio após a saída de Carlos Jordy, em 2019, eleito deputado federal no ano anterior. Em 2020, concorreu a reeleição e venceu, com 1.512 votos.
Renovação
Apesar de estar indo para o seu terceiro mandato, Rodrigo Neves tem defendido que deseja iniciar um novo ciclo governamental na cidade. Parte dessa premissa consiste na renovação dos quadros políticos da cidade em diversas áreas da administração pública. Desse modo, novos espaços ainda podem surgir na própria Câmara Municipal.
A candidatura conjunta de Niterói com o Rio de Janeiro para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031 exigirá inúmeros investimentos na cidade, em diversos setores. Nesse sentido, ganham força as indicações dos vereadores Gallo (Cidadania), na Secretaria de Esporte e Lazer, e de Leonardo Giordano (Federação Brasil da Esperança – PCdoB) na Cultura, cujas trajetórias nestas áreas falam por si só.
A nomeação natural de Gallo abriria espaço na Câmara para Romério Duarte (Cidadania), com seus 3.400 eleitores. O líder comunitário e sindical desde 2004 luta pela conquista de uma cadeira no parlamento niteroiense.
De igual forma, a volta de Giordano para a Cultura fortaleceria o setor, que se trata de uma vocação natural de Niterói. Além disso, prestigiaria o partido da vice-prefeita Isabel Swan (PV), com a ida de seu correligionário Fael Faustino para a Câmara Municipal.
O mesmo pode-se dizer sobre Beto da Pipa (MDB) e ZAF (União Brasil). No governo Axel Grael, eles ocuparam, respectivamente as pastas de Habitação e Regularização Fundiária; e do Idoso. Numa eventual escolha para cargos no Executivo, Beto da Pipa abriria espaço para o médico Dr. Bira , que teve 1.789 votos. Já ZAF cederia a cadeira pelo tempo em que estivesse licenciado ao Dr. Emanuel Rocha (União), vereador não reeleito.