Com a chegada dos meses de maior risco de transmissão da febre maculosa, entre junho e setembro, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro tem intensificado suas orientações aos 92 municípios sobre os perigos da doença, que é transmitida pelo carrapato-estrela e apresenta alta taxa de letalidade. Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, foram registrados, de janeiro a 14 de junho deste ano, 40 casos suspeitos de febre maculosa, dos quais oito foram confirmados e dois resultaram em óbito. As mortes ocorreram no município de Itaperuna, no Noroeste do estado, em março e maio deste ano.
Para combater a doença, a SES-RJ tem tomado diversas medidas, tais como reforçar as orientações aos municípios fluminenses, identificar os locais prováveis de infecção e fazer buscas ativas pelos vetores da doença. Além disso, foram realizadas reuniões explicativas com as secretarias municipais de saúde, com o objetivo de capacitar os técnicos das vigilâncias epidemiológica e ambiental, bem como os médicos e enfermeiros que atuam no setor.
A febre maculosa é uma doença infecciosa e febril, causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, que é transmitida pela picada de carrapatos. No Brasil, os carrapatos-estrela são os principais vetores da doença, no entanto, qualquer espécie de carrapato pode albergar a bactéria. A doença pode ter formas clínicas leves ou graves, com alta taxa de letalidade, por isso, é necessário ficar atento aos sintomas.
Os principais sinais de alerta são febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreia, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, paralisia dos membros e manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos. É importante lembrar que o diagnóstico é difícil nos primeiros dias de doença, já que os sintomas são semelhantes a outras enfermidades. Por isso, é fundamental informar o médico sobre o histórico da doença e o contato com áreas de risco.
Se diagnosticada precocemente, a febre maculosa pode ser tratada com antibióticos específicos, no entanto, casos graves podem requerer internação. O período de tratamento é de sete dias, sendo importante manter a terapêutica por mais três dias após o término da febre. A prevenção é a melhor forma de evitar a doença, para isso, é importante usar roupas claras, calças, botas e blusas com mangas compridas, além de repelentes de insetos. Quando voltar de caminhadas em áreas gramadas ou arborizadas, é fundamental checar o corpo em busca de carrapatos e removê-los sempre que encontrar, sempre com cuidado e firmeza. Depois de retirar o carrapato, lave bem a área da picada com água, sabão e álcool. Agindo com prudência, podemos nos prevenir e evitar a febre maculosa.